Por Nathaniel Rich
Jacob Appelbaum – o hacker norte-americano por trás do WikiLeaks – luta contra regimes opressores no mundo inteiro. Agora, está fugindo do governo de seu próprio país
Em 29 de julho, ao voltar de uma viagem para a Europa, Jacob Appelbaum, um rapaz magro e despretensioso de 27 anos, usando uma camiseta preta com o slogan "be the trouble you want to see in the world" ["seja o problema que você quer ver no mundo"], foi detido na alfândega por um grupo de agentes federais. Em uma sala de interrogações no aeroporto Newark Liberty, em Newark, foi questionado sobre seu papel no WikiLeaks, o grupo denunciador que expôs os relatórios de inteligência mais bem guardados do governo norte-americano sobre a guerra no Afeganistão - e que, a cada dia, libera mais documentos na rede. Os agentes fizeram cópias de seus recibos, apreenderam três de seus celulares - ele tem mais de uma dúzia - e confiscaram seu computador. Eles o informaram que estava sob vigilância do governo, questionaram sobre o calhamaço de 91.000 documentos militares confidenciais que o WikiLeaks havia divulgado na semana anterior, um vazamento que Daniel Ellsberg, ativista da era do Vietnã, chamou de "a maior divulgação não autorizada desde os Papéis do Pentágono". Exigiram saber onde Julian Assange, fundador do WikiLeaks, estava se escondendo, pressionaram para saber sua opinião sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque. Appelbaum se recusou a responder. Depois de três horas, finalmente foi liberado.
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