quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

SÓ ESTÁ FALTANDO NEVAR...




Os termômetros estão marcando temperatura muito abaixo do que costumeriamente apresentam. Se esfriar ou desaquecer mais um pouco, neva... As fotos falam mais que palavras e foram tirada indagorinha da sacada do aparelho... o povo na rua tava de melhor humor e fazendo filas nas loterias pra sonhar com cem milhões (até eu arrisquei...)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ministério da Cultura vai patrocinar teatro em Campo Maior através da Fundação Cultural Professora Ludetana Araújo


O edital Microprojetos Mais Cultura selecionou 120 projetos de 55 municípios do semiárido piauiense, que receberão R$ 1,242 milhão do Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura. O resultado do edital, que teve 146 propostas inscritas de 61 municípios, foi anunciado na quinta-feira (17) passada. Campo Maior teve dois projetos contemplado com esses recursos:o projeto Teatrando Em Campo Maior, da Fundação Cultural Professora Ludetana Araújo, para montagem da peça “A Balada do Caburé”, de autoria do dramaturgo e jornalista Zeferino Alves Neto (ZAN), que disporá da verba de R$ 10.000,00 para produzir e coordenar a execução do projeto. Em março começam os ensaios com um grupo de 25 jovens (a maioria do pessoal que trabalhou como ator no Auto de Santo Antonio) e adultos da cidade, para estréia em junho, nos festejos de Santo Antonio. O outro projeto da cidade que foi contemplando com os recursos do Minc, foi o do Coral da Creche Dom Abel Alonso Nunes. A Ong dirigida pelo radialista e empresário Edílson da Costa Araújo, foi contemplada pelo Minc no início do ano com recursos da ordem de R$ 180.000,00, para a implantação na Fundação Cultural Professora Ludetana Araújo, de um Ponto de Cultura, com parcelas anuais de R$ 60.000,00.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MANGUREBA, O NÃO TÃO BELO... A PEDIDOS...


Simão Pedro, a beleza da vida e do mundo está até nas coisas e pessoas não tão belas. Pedro Mangureba percorre a cidade por onde ajunta gente, vendendo seus pastéizinhos de carne e de que queijo (me arrisquei a comer um desses isturdiinha e não me aconteceu nada...) e ainda puxa uma conversas até ouvíveis...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A BELEZA DA MULHER CAMPOMAIORENSE...





Depois de um ano aqui, me rendi à beleza da mulher campomaiorense... Onde ando e encontro alguma muito bonita, peço licença e tiro um foto. As primeiras são essas...Alguns campomaiorense não tão belos pegaram carona na beleza das moças...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

“NOSSA GENTE PI” É LANÇADA EM CAMPO MAIOR


Debaixo de grande expectativa foi feito no auditório da Secretaria Municipal de Educação, o lançamento da revista “Nossa Gente PI”, sábado passado, dia 12.

Compareceu um número significativo de pessoas, entre as quais os venerandos Augusto Pereira e Antonio Wilson Andrade, os amigos José Neiva e Humberto Neiva, Alex Correia Lima, professor Augusto Pereira Filho, o comerciante Válber Spindola, o radialista Edílson Araújo e um sem número de outras pessoas

O editor da revista usou da palavra para agradecer o apoio dado pelos anunciantes e apoiadores da revista. O redator da revista, Zeferino Alves Neto (ZAN) também usou da palavra para frisar o aspecto de independência que pautará as matérias a serem veiculadas nela.

sábado, 12 de dezembro de 2009



DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁTVEL E AS TRAPAÇAS E ENGODOS DO DIA A DIA

O ser humano tem uma tendência natural para se iludir com o que eu chamo de pequenas trapaças e engodos do dia a dia. Na nossa historia, a imagem dos índios que fizeram os primeiros contatos com os colonizadores portugueses é pedagogicamente exemplar. Encantados com os presentes que recebiam dos portugueses os índios abriram as portas e deixaram seus futuros algozes entrar. Eram presumivelmente em torno de 5 milhões no século XVI, hoje não passam de quinhentos mil. A nossa história não é propriamente uma crônica exemplar, talqualmente a história da humanidade. As duas disputam em quase todos os momentos, quem foi pior do que a outra. Hoje as conseqüências só são a continuidade disso

Desenvolvimento sustentável é o nome atualizado de tudo o que o homem fez, no Brasil e no mundo, para tirar um proveito imediato e no curto prazo, de toda a sua ação, digamos, transformadora. As conseqüências disso hoje não enganam ninguém. Fica mais claro a cada dia que o planeta está ameaçado de forma definitiva. Desenvolvimento sustentável é o nome de uma brincadeira aparentemente justificável, mas podem chamá-lo de suicídio coletivo.

Mas... o que esse discurso apocalíptico pode significar na torre de babel que virou a conferência de Copenhague, cada um querendo ter o direito de poluir um pouquinho mais ou menos do que os outros? A ênfase com que os salvadores do planeta falam dele dá pra imaginar os engodos e trapaças que estão por trás disso. Pior se ele não existisse, mas isso não muda a inexorável e fatal corrida da humanidade para a auto-destruição, penso eu.
O que fazer? Contribua individualmente ou em grupo, de alguma forma, para minimizar os efeitos desse processo auto-destrutivo, com ações pontuais e despretensiosas. É o mínimo (bote mínimo nisso...) que você pode fazer...

DESENVOLVER OU DESTRUIR?


A humanidade chegou a um ponto decisivo em sua trajetória histórica. De um lado a necessidade do desenvolvimento econômico capaz de gerar renda, garantir a produção de bens necessário ao consumo cada vez mais crescente da população cada vez mais crescente, enfim, fazer o mundo funcionar.
Países em desenvolvimento como o Brasil, com índices de pobreza e desigualdades sociais gritantes, altos índices de criminalidade, violência e mais um leque variado de mazelas associadas, precisam melhorar os índices de produtividade capazes de gerar emprego e renda para as populações emergentes, carente de trabalho e sustentação para suas vidas. Isso por um lado.
Por outro lado, nos últimos anos tem-se verificado os efeitos de um desenvolvimento necessário ao custo de danos ambientais que provocam seríssimas alterações climáticas que, por sua vez, provocam secas, inundações, temporais, destruição, etc. É a resposta da natureza à ação do homem em busca da sua sobrevivência a qualquer preço.
E aí a pergunta: como fazer para garantir a sobrevivência da humanidade não só hoje, no aqui agora, mas garantir que a natureza não reaja da forma como reage, diante da ação do homem?
A conferência de Copenhague e todo o blá,blá, blá decorrente é por conta disso, tenta encontrar as respostas certa para o impasse. Como desenvolver o agora e não destruir o amanhã? O que é que isso tem a ver com a nossa cervejinha do dia a dia, da nossa vidinha de trabalhar, estudar, se divertir, namorar, conversar besteira, ver televisão? Somente tudo... Pense nisso...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A VIDA, O NATAL, JESUS CRISTO E O QUE ESPERAR DE UM ANO NOVO


Nesta época do ano costumam me vir à cabeça pensamentos que normalmente me vêm no restante do ano, mas quando eu vejo o corre corre de todo mundo por conta do Natal, não consigo parar de pensar no que está na cabeça das pessoas, nas expectativas de cada um de nós com o que faremos com o dinheiro do décimo terceiro, com os presentes que comprarei pra mim e pros meus, com o que comerei e beberei em comemoração a mais um aniversário do nosso querido Menino Jesus.
Menino Jesus que já é um ancião de quantos anos mesmo? Tenho dificuldades com certo tipo de cálculo, mas calculo que tem pra mais de dois mil anos... Se disser pra vocês que não me lembro direito como foi o meu último natal não estou mentindo. Tinha dez dias que voltara ao Piauí. Estava na casa de parentes em Teresina. Meus filhos me ligaram de Brasília. Onde estava não teve ceia de natal nem de fim de ano. Confesso que isso não fez muita diferença. Meus últimos natais em Brasília não foram exatamente felizes, quer dizer, ia pras ceias que me convidavam mas não me empolgava, achava tudo muito formal, uma sensação ruim de que virara uma espécie de pessoa jurídica chamada “pai”, “pai dos meus filhos”, algo assim... Desconfio que quanto mais as pessoas ganham dinheiro, mais o Natal é uma festa puramente mundana, onde a preocupação de cada um é somente com a festa em si. O significado da data, o nascimento de um menino que seria o salvador da humanidade, passa a distância do que se comemora: o esbanjamento em bebidas e comidas, presentes e consumismo que pouco têm a ver com o salvamento da humanidade; é só imaginar o cristão numa orgia regada a pó e sexo, comemorando o natal....

Pergunta totalmente despropositada: como salvar a humanidade dum natal desse? Resposta/pergunta mais tortuosa ainda: o quanto de infelicidade a humanidade não passará porque não terá o dinheiro suficiente para se sentir menos infeliz num natal desses...? Um outro menino que também nasceu em circunstâncias tão cercada de lendas quanto aquele que nasceu em Belém, chamado Sidarta Gautama, mas que ficou na história com o nome de Buda, deixou um pensamento calcado na idéia de que o sofrimento humano é conseqüência do desejo... que deixaríamos de sofrer se deixássemos de desejar...
Deixar de desejar seria deixar de sonhar? Nem isso as pessoas deveriam fazer...? Tudo bem, o pensamento de Buda e sua vida se deram num contexto cultural diferente do nosso ocidental... Profundo, bonito, mas totalmente fora de propósito, sob certo aspecto... Como é que eu vou deixar de desejar? Bom, deixa pra lá...

A vida me ensinou algumas coisas que hoje me ajudam a encarar um cotidiano meio insípido e sem grandes emoções, de uma forma muito simples. Já tive mais bens materiais do que tenho hoje, já fui (ou tive a sensação de que era...) menos só do que sou hoje, já passei por Natais aparentemente mais felizes (ou menos infelizes) do que o que se aproxima. Se alguém me convidar para uma ceia, vou, se alguém me der um presente, recebo, se meus filhos me ligarem digo que estou bem porque eles ligaram, etc., mas se não acontecer nada disso, isso não fará muita diferença, porque não alimento grandes ilusões com a vida e isso pra mim é o melhor presente que me dou, não só no Natal... Aprendi com algum sofrimento que o sofrimento maior que passamos na vida, fica por conta das expectativas que criamos inocentemente acerca do mundo, da vida e das pessoas, e que quase sempre não se realizam... Não desejar pode até ser difícil, mas não ficar sonhando demais com o que nos possa acontecer no amanhã, no daqui a pouco, no ano que vem, podemos e isso pode nos fazer sofrer menos... Sem amarguras ou melancolias exteriores, claro! Pode ser difícil fingir pros outros que se é feliz, mas disfarçar alguma infelicidade pode nos deixar menos infelizes... Papo de perdedor, talvez, mas isso é assunto pra outra crônica, cujo título já adianto: JESUS CRISTO FOI UM PERDEDOR OU UM VENCEDOR?

O BLOG DA "NOSSA GENTE" JÁ ESTÁ NA REDE...

O enderêço é http://www.revistanossagente.blogspot.com/. Vão lá e deixem comentário.

Mídia impressa - Lançamento!

Dia 12, próximo sábado às 20 horas, na AABB de Campo Maior, vocês vão conhecer a revista NOSSA GENTE. São 52 páginas com uma variedades de assuntos ligados ao passado e presente da sociedade campomaiorense.
Aos interessados a revista custará apenas R$ 5,00 (Cinco Reais!) + despesa postal.
Solicite através do telefone: (86)8859-1315
ou pelo e-mail: belchior56neto@hotmail.com.
Banco: 001
Agencia:
1428-1 C/C 8.376.030-X.
Após confirmação do depósito ref. valor da revista+despesa dos Correios, enviaremos a quantidade exigida.
NOSSA GENTE também será encontrada em várias bancas do ramo, em supermercados, farmácias, padarias, etc.
Já estamos trabalhando a segunda edição!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

UNIÃO QUE CONSTRÓI...


Nas facções políticas que dominam a cena local existem os que apostam e vivem das brigas, bate-bocas e fuxicos envolvendo membros de umas e outras. Esta semana, dois dos principais líderes políticos da cidade, o Prefeito João Félix de Andrade Filho (PPS) e Luiz Eduvirges (PT), esqueceram as divergencias que os separam para em cerimônia simples formalizarem a entrega pelo prefeito ao ex-lider sindical, do documento de doação do terreno em que será construído o quartel do Corpo de Bombeiros em nossa cidade. Luiz Eduvirges foi um dos batalhadores pela idéia de construção do quartel dos Bombeiros na cidade. João Félix, atendendo interesses da comunidade local, deu a sua contribuição, como prefeito, para a concretização da idéia. Estarão sinalizando para seus correligionários que é por aí que a cidade pode se beneficiar com a união dos políticos em torno dos interesses da cidade?

IMPUNIDADE CRIA TRIBUNAIS DE EXCEÇÃO NA MÍDIA...


O poder da mídia alimentado pela incapacidade das leis e da justiça fazerem sua parte cria um poder paralelo insuflando as pessoas a agirem por conta própria como agentes da lei e da justiça. Quando houver em função disso assassinatos, por exemplo, as pessoas vão se tocar como certos crimes no Brasil só são punidos pela mídia, que se arvora em poder capaz de julgar e condenar. Reputações duvidosas e flagrantes de supostos ilícitos são expostos como provas de crimes. O caso de Brasília é só o mais recente e atitudes moderadas como a do Presidente Lula, chamando as pessoas à razão, são vistas como atitudes complacentes e até cumplicidade. Lula e seu partido já foram vítimas da sanha justiçadora da midia. Moral da história: quem não é suspeito de algum ilícito nesse país onde acusações da mídia são vereditos condenatórios irrecorríveis? Quando é que esses condenados vão poder se defender das acusações da mídia? O que tem de hipocrisia por trás disso, como o marido da piada que, descobrindo que a mulher o trai no sofá da sala, resolve o problema tirando o sofá da sala... A sociedade vive tirando o sofá da sala, achando que expondo pessoas acusados de corrupção à execração pela mídia, pune de fato essas pessoas. Quando na justiça elas se safam porque têm dinheiro e poder, a sensação de impotência vira o caldo de cultura para a existência real do poder paralelo da mídia, fecha-se o circuito:não se pune ninguém mas tem-se a falsa ilusão de que se puniu... Malufs, Luis Estevão e Daniel Dantas estão aí como os exemplos mais à mão...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

POETA AMIGA LANÇA LIVRO EM BRASÍLIA...


Morávamos em cômodos em pousadas na W3 Sul, quando a conheci, por volta de 2003/2004. Jô Pessoa, mulher livre, poeta inspirada, amiga de solidão e da noite e apegada aos filhos, como eu, dignidade em pessoa (um dia me ajudou a achar meu filho Samuel, que tinha fugido de casa e se misturara com punks e metaleiros...). Foi por essa época que ela começou a escrever o romance "A Noiva da Esplanada", cuja capa está aí em cima. Falava-me do enredo, eu dizia que não tinha muita ilusão com livro. Ela queria porque queria publicar seu romance, na cara e na coragem, como fizera com seus outros livros de poesia, que vendia de bar em bar, de mesa em mesa. Conseguiu. Vou dar um jeito de lhe mandar uns trocados para ler seu romance, sem culpa...

ALEXAND GARCINHA SE ENTREGA:"POR QUE EM ESPÉCIE...? POR QUE EM ESPÉCIE...?"


O grande alexander garcinha perdeu o controle hoje de manhã cedo. Pensei que acordava de um pesadelo, o bom dia brasil tá passando mais cedo aqui... O maluco gritava sem parar:"...por que em espécie? por que em espécie?" Bandido que é bom bandido termina se entregando, o inconsciente do grande Garcinha o traiu... Não tem outra explicação... Freudeu-se, gracinha... Aos gritos tentava ensinar o jeito certo de pegar dinheiro incerto, ou seja, tudo menos do jeito que fizeram... Minutos antes uma matéria sobre movimentações suspeitas detectadas pelo Siaf jogava por terra a possibilidade de fazer, segundo Garcinha, o jeito certo de pegar dinheiro incerto... É duro ser sério num país desse, né Garcinha?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

OUTRA ESTRATÉGIA:"LULA E O PT SÃO LENIENTES E TOLERANTES COM ESCÂNDALO DO DEM"...


No segundo dia da cruzada da mídia do rabo preso com o DEM tentando livrar a cara dele, a ordem que chegou às redações foi essa: colher declarações de Lula ou de alguém do PT ou da base aliada onde fique caracterizada suposta leniência ou tolerância com os envolvidos no escândalo do DEM, como se isso significasse o seguinte: já passamos por isso ou eles são tão inocentes quanto nós...(Lula e Dilma já morderam a isca...) Os aliados do DEM, PPS, PSDB et caterva, abandonam mesmo o barco afundando como se a convivência com o DEM não significasse cumplicidade... ô raça cara de pau...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A ORDEM É ASSOCIAR O ESCÂNDALO DO DEM AO MENSALÃO DO PT...


Alexandre Garcia deu a dica para as redações da mídia de rabo preso com o DEM(O): associar o escândalo envolvendo o governador José Roberto Arruda, do DF, ao escândalo do Mensalão do PT em 2005. Isso quando ainda não se tem detalhes suficientes para saber o que realmente aconteceu. Como as imagens do pessoal do Arruda pegando a bufunfa e enfiando em tudo que podiam enfiar, são fortíssimas, a ordem dada por Alexandre Garcia, se tivesse sido vista pelo Boris Casoy na madrugada do dia do vazamento do escândalo, teria poupado o homem do bordão "isso é uma vegonha..." de fazer todo tipo de estrepolias verbais para livrar a cara do pessoal do DEM. Levou cinco minutos para não dizer nada. Quem não sabia do que se tratava ficou sem saber mais ainda. Se alguém hoje levantasse a suspeita de que pessoas da família dele tivessem entregue irmãos de raça judia à Gestapo de Adolf Hitler, para morrerem em campos de concentração, o grande Boris não teria ficado tão embaraçado... Isso, realmente, É UMA VERGONHA...

sábado, 28 de novembro de 2009

"NOSSA GENTE" FOI PRA GRÁFICA...


Talvez o mais importante lançamento editorial do ano no seguimento de revistas no Piauí, depois de um mês de preparação, planejamento e execução, foi pra gráfica a revista "Nossa Gente", lançamento do jornalista e bancário aposentado Raimundo Belchior Neto, que tem como seus colaboradores no projeto além do locutor que vos fala, o grande artista gráfico João de Deus Neto, autor da capa que ilustra a postagem. A previsão inicial é de que a revista estaria pronta e seria lançada hoje, mas problemas de última hora adiaram o lançamento para sábado próximo. A expectativa é grande. Belchior Netto quer que a revista se afirme como um veículo independente, capaz de mostrar o que a cidade e a região ou o estado produzem de interessante e digno de ser mostrado, sem nenhum tipo de manipulação ou proselitismo político partidário.

sábado, 21 de novembro de 2009

AUGUSTO PEREIRA COMPLETA 84 ANOS CERCADO DE FILHOS, NETOS E BISNETOS...



Digo para o senhor Augusto Pereira e seus filhos e amigos que sua família é o que restou da minha na cidade. Amigo e empregado do meu pai Oscar Duarte nos distantes anos 50, Augusto Pereira sempre me tratou como um amigo dileto. Retribuo-lhe o apreço lhe visitando pelo menos uma vez por semana, geralmente na hora da janta, Judilão, onde filo um suculento café com bolo... fazer o quê? Ante-ontem me ligou para ir almoçar com ele e comemorar os seus 84 anos bem vividos ao lado de sua querida esposa dona Maria Luisa e sua enorme prole, filhos, netos e uma bisneta de cinco anos. Fui lá, filei um tambaqui regado a cajuína e fiquei até quase três da tarde conversando fiado e rindo das molecagens do Marcos Pereira...

I JORNADA DE HISTÓRIA DE CAMPO MAIOR



Sob a coordenação do professor Celson Chaves, às 8;30 da manhã de ontem, foi aberta no auditório da UESPI, campus de Campo Maior, a I JORNADA DE HISTÓRIA DE CAMPO MAIOR, com vasta programação de palestras e até a leitura dramática de um texto teatral do escriba que vos fala, amanhã às 15:30, seguido de palestra sobre o teatro campomaiorense. Ontem aconteceram palestra de Marcus Vinicius Costa Paixão: Campo Maior no período de surgimento do Protestantismo, seguido de Bate papo literário, Descobrindo poesias na escola, da escritora Antonia Pessoa. À tarde prossegue às 14:30, palestra Radialismo em Campo Maior:história e evolução da comunicação de massa local, do professor Antonio José Melo dos Santos; 15:30, bate papo literário com o escritor Jonas Braga, sobre o seu livro Ególatra. Hoje e amanhã a Jornada prossegue com mais palestras e bate-papos. Na abertura do evento as crianças da Escola Creche D.Abel Alonso Nunes, sob a regência da professora Anita, emocionaram os presentes cantando os hinos nacional e da cidade. Parabéns, irmã Natividade e professores da Escola que leva o nome do inesquecível primeiro bispo da Diocese de Campo Maior, D. Abel Alonso Nunes.

sábado, 14 de novembro de 2009

FOGUETE CAMPOMAIORENSE SUBIU AOS CÉUS...


Ando pelos portais internéticos da cidade e leio que um professor de física da uespi consegue construir um foguete e mandá-lo do campus da cidade para o espaço sideral. Aquilo fica na minha cabeça. Ando pelas periferias da cidade e me deparo no bairro Estação, com uma igreja que tem o formato de uma plataforma de lançamento de foguete e fica próximo ao prédio do Fripisa. Fotografo a igreja, a foto é essa aí de cima. Pautei-me para entrevistar o professor que se chama Luis e é filho do Luis Lima e neto do Zeba Carneiro. 

domingo, 8 de novembro de 2009

TENTANDO EXPLICAR CAETANO DIZER QUE LULA É ANALFABETO


Caetano faz qualquer negócio pra chamar a atenção de alguém, principalmente quando lança um cd ou estréia um show...
Seria capaz de dizer que até seus filhos sabem que ele é homossexual.. ou que sua genitora é a maior traficante de cocaína de Santo Amaro da Purificação...ou que sua ex-mulher o traia com o motorista dela, por aí...
Não perde oportunidade de mandar recados para a elite brasileira, dizendo que é tão servil quanto os outros artistas de seu porte, fazendo esse tipo de comentário sobre Lula...
Acha que provoca a esquerda que é descendente do pessoal que o vaiou num festival de música nos anos 60, quando tentava cantar uma música chamada É proibido proibir, esquecendo que por ter sido confundido pela ditadura como comunista, ficou incensado pro resto da vida como vítima do regime militar e sobrevive ainda desse mito...
O fato de elogiar Marina Silva e dizer que vota nela pra Presidente significa que quer passar para todos que é progressista, de esquerda, ecologista e se solidariza com ela por ter sido perseguida pelo Lula ao ponto de renunciar ao ministério do Meio Ambiente, o que a maioria da classe média que só assiste a televisão aplaude e pede biz...
No Brasil quando se diz que alguém é analfabeto quer-se dizer na verdade que é incapaz, incompetente, burro, grosseiro, boçal... Dizer que Lula é tudo isso nem analfabeto engole...
Não dá pra levar a sério o que Caetano diz, ele quis apenas fazer marketing pro seu show...
Claro que eu adoro Caetano Veloso cantando e compondo as jóias que já produziu pro cancioneiro nativo, como adoro o teatro de Gerald Thomas... O problema desses caras é quando eles resolvem falar de política dizendo as bobagens que dizem; fica difícil ficar calado...

“TÁ MAUS, VÉI...”

Dito dessa maneira, é até engraçado, mas a rapaziada aí só fala assim. Duro é na hora que tem que escrever. Transcrevo abaixo a troca de e-mails que tive com a Lusmarina Paixão, uma de nossas seguidoras, que me deu uma verdadeira aula sobre o uso correto das palavras MAU E MAL. Fui tentar ensinar o que achava que sabia e fui agraciado com uma aula dela. Vivendo e aprendendo...

Zeferino,
aproveitando "a deixa" no seu comentário sobre revisar texto resolvi falar em algo que vem me incomodando ...fico meio sem graça pois fugi da escola há muito tempo e até evito comentários pra não cometer erros de português que seriam inadmissíveis pra D. Belinha(minha mãe). Desculpe a pretensão mas não consigo esquecer a aula onde ela explicava a diferença entre MAU e MAL, o primeiro é o contrário de BOM e o segundo de BEM.Acho que já li umas duas vezes voce usando o U quando seria L.Não seria bom dar uma olhada nisso? Sou sua admiradora e daqui torço pra que voce consiga fazer algo por nossa gente! Abraços,
Lusmarina

Lusmarina,
Eu encontro esse tipo de erro em tudo que é lugar que se escreve nesse país, inclusive na folha de são paulo. eu de vez em quando me atrapalho, mas tem uma regrinha que é talvez mais fácil do que a que lhe ensinaram: mal com L é substantivo, mau com U é adjetivo, quando eu quero dizer que estou mau é com u, porque esse mau é adjetivo,diz como é que eu estou... agora de se eu usar mal com L, pra dizer, por exemplo que o mal do brasill é a corrupção, aí é com L porque esse mal é substantivo, que fica mais fácil se a gente disser que os MALES (as mazelas, substantivo, portanto...) do Brasil são muitos outros, além da corrupção... Agora, é o tipo de coisa que gente graúda aí que não pode cometer esse tipo de erro impunemente, anda cometendo... o problema é que as duas palavras têm o mesmo som e quem não tem muito hábito da leitura e fala demais, se atrapalha com isso... Eu passei a vida fugindo da escola mas toda vida gostei muito de ler e isso me salva e até me permite sobreviver como revisor... Ano passado uma pessoa não quis me pagar o que eu lhe pedi para revisar um livro dela porque eu não era formado em letras, pode? Te agradeço por estar indo ao meu blog... já foi no meu outro blog? o folhetim do zan? vá e deixe um comentário... Vejo sempre seus pais por aqui, mais o Napoleão do que Da. Belinha... abração...
zan

Zeferino,
Você está enganado... Quando eu digo que ESTOU MAL, é escrito com L pois nesse caso, não é adjetivo! Se procurarmos a entrada de mal num dicionário, veremos que se trata de um advérbio de modo. O fato de eu dizer que estou mal, é uma circunstancia, um modo em que me encontro e não uma caracteristica minha (adjetivo).
Mau é Adjetivo e significa "ruim", "nocivo", "prejudicial", "de má qualidade" etc. O seu antônimo é bom e a sua forma feminina é má. Exemplos:"Pedro fez um mau negócio";"Nada explica o seu mau desempenho";"Ela é uma má profissional"
Já Mal pode ser: substantivo, advérbio ou conjunção e seu antônimo é bem. Substantivo - pode significar "enfermidade", "doença", "moléstia", "estrago", "tudo aquilo que é prejudicial ou nocivo", "opinião desfavorável" etc."O sarampo é um mal que está sendo erradicado do país";"As chuvas continuam causando mortes, o mal é que ninguém faz nada";"O critico falou mal do espetáculo"Advérbio - pode significar, entre outras coisas, "de modo irregular ou diferente do que deveria ser", "de modo imperfeito, erradamente", "de maneira que não satisfaz o gosto ou vontade", "inconveniente" etc."Os negócios vão mal";"Fala bem, mas escreve muito mal";"Depois de perder o filho, dorme e come mal todos os dias";"Ele se comportou mal"Conjunção - indica tempo e pode ser facilmente substituído por "logo que" ou "apenas""Mal chegou, teve que partir";
Atenção:Uma regra simples para saber quando se deve usar Mal ou Mau é lembrar-se sempre que Mal opõe-se a Bem e Mau opõe-se a Bom. Sempre que tiver dúvidas sobre qual termo usar, substitua Mal ou Mau pelo seu oposto que a forma correta ficará clara.Exemplos:Qual é a forma correta: Mau-estar ou mal-estar?Vamos fazer as substituições:Mau por bom à bom-estarMal por bem à bem-estar.A forma correta, como a regra mostra, é mal-estar.Não suporto mais o seu mau humor ou mal humor?Mau por bom à bom humorMal por bem à bem humorForma correta: mau humor.Apesar dos maus (bons) jogadores, o time não jogou mal (bem).Essa regra também pode ser seguida para a forma feminina:Ela é má (boa)Ela é malcriada (bem-criada)
Abraços...Lusmarina.

Lusmarina

Lusmarina, vc. permite que eu ponha no meu blog a sua aula sobre mau e mal? Confesso que fiquei meio confuso porque achava que sabia a coisa, mas não sei e acho que muita gente também não sabe. zan

Zeferino,
sinta-se a vontade para por a "aula" no blog, sei que vai ser aproveitada por outras pessoas, se bem que contei com a ajuda do "copiar e colar"(rrrrsssss...). Eu tinha certeza de que estava certa pois mamãe é muito boa em portugues e aquela aula da infância nunca esqueci, após a troca de e-mails corri a minha velha gramática do Bechara e ao google para tentar explicar-lhe claramente. Abraços,
Lusmarina

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

TER FILHOS, GRANDE RESPONSABILIDADE...

Arte: Arquivo Bitorocara
Há exatos trinta anos nascia o meu primeiro filho, o jovem que aparece primeiro ao lado dos outros irmãos que vieram depois, Daniel Martins Alves. Esta foto já apareceu o ano passado no blog bitorocara. Reproduzo-a aqui para assinalar a data e refletir sobre a enorme responsabilidade de ter filhos. Como eles são hoje, já adultos, pode dizer dos acertos e erros que cometemos em suas educações. A foto foi tirada em Brasília, há tres anos. Os tres outros filhos se chamam Adelaide Martins Alves, Samuel Martins Alves e Marcus Martins Alves. A mãe dessa prole é Da. Rosa Maria Martins Alves (que não aparece na foto) e que heroicamente me aturou durante 23 anos. A menininha é filha do meu irmão Isaac Duarte e se chama Larissa. A moldura com a logomarca do A Luta, é obra do grande Netto de Deus.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

TARCISO PRADO MUITO DOENTE




Sábado passado fui informado pelo coreógrafo Frank Lauro, discípulo do grande Tarciso Prado, talvez a figura mais importante do teatro piauiense contemporâneo, de que ele estaria muito doente. Liguei para sua residência e conversei com seu filho Lucas que me confirmou que ele está internado na UTI dum hospital em Teresina, HIB, se não me engano, próximo ao Clube Marquês, numa espécie de coma. Foi noticiado que Tarciso teria falecido, mas isso não aconteceu. Seu estado de saúde, porém, é grave, o que é profundamente lamentável, porque Tarciso Prado era um dos grandes amigos do dramaturgo Francisco Pereira da Silva, aqui no Piauí, e um dos entusiastas da construção do Memorial Francisco Pereira da Silva em Campo Maior.

Notícia de última hora

Nosso querido amigo Tarciso Prado apresenta uma significativa melhora no seu quadro de saúde, peçamos a Deus o seu restabelecimento.Aproveito para externar aqui a admiração e respeito por este homem, recebi dele muitos conselhos e palavras amigas, amo muito este irmão.

Comentário do Simão Pedro no post da matéria sobre o cemitério, ainda agora a pouco.

NOVO BLOG:TEATRO DO ZAN

Resolvi criar outro blog para postar meus textos teatrais, cartazes de peças montadas, críticas e fotos, alem de matérias, reportagens e entrevistas sobre teatro; endereço:wwwteatrodozan.blogspot.com

DE VOLTA AO VELHO CEMITÉRIO DO CENTRO


Não me lembro da última vez que estive no cemitério velho do centro da cidade. Tenho lá enterrados os corpos de alguns parentes: minha mãe Adelaide e meu irmão Isaac, o do primeiro casamento do meu pai, o segundo tá vivo e mora do Rio de Janeiro com esposa e filhos. Tentei acender uma vela, o vento não deixou. Sem saber se acharia os túmulos dos parentes, não levei a máquina fotográfica. Vou voltar lá no fim da tarde e faço isso. Amanhã posto aqui para dividir as imagens com vocês. Vagueei pelo cemitério a procura de túmulos de conhecidos. Fotografarei também esses túmulos. Era muito cedo, sete e pouco da manhã, tinha pouca gente. Não consegui me emocionar. Tenho dificuldades disso, principalmente na frente dos outros.

domingo, 1 de novembro de 2009

SE RACHAR, A BASE ALIADA PODE NÃO GANHAR...

Discuto política estadual com alguns amigos recentemente aqui e fico alarmado ao constatar como ver política de forma apaixonada é cegueira: não consigo imaginar a base de sustentação do governo Welingto Dias rachando porque o vice-governador Wilson Martins pode usar os sete meses de governo para se livrar dos petistas e em sete meses desfazer o que o governador Welington Dias fez em sete anos e tres meses e fazer disso plataforma para se eleger governador. Welington montou nos seus dois mandatos uma base de sustentação que inclui gente do Dem e isso pode ser comprometido por um racha que considera a hipótese de dois candidatos da base aliada: o do PT, que pode ser - provavelmente é - Antonio José Medeiros e obviamente o vice-governador Wilson Martins. Mesmo assim as chances de ganhar a eleição de um dos dois é real. Silvinho do PSDB, que não nasceu ontem, só entra se enxergar uma chance qualquer de ganhar. Ilustração do Netto de Deus.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ACONTECEU A CONFERÊNCIA DE CULTURA


Como previsto, organização nota dez para o amigo Marko Galeno, secretário de Planejamento, Cultura e Turismo, coordenador do evento, prefeito Joãozinho Felix presente à abertura, no auditório da Secretaria de Educação Municipal Professora Avelina Rosa, mais ou menos uma trinta pessoas, aconteceu ontem durante o dia todo a Conferência Municipal de Cultura. Lá pelo fim da tarde aprovou-se propostas de políticas públicas a nível municipal, estadual e nacionall e escolheu-se por voto direto os delegados à Conferência Estadual: eu e o professor Marcos Soares (filho do Etevaldo Sapato), que acontecerá nos dias 28 e 29 de novembro próximos em Teresina. Amanhã ou quando me passarem cópia da ata do evento dou mais detalhes precisos sobre o que se discutiu e aprovou ali. A conferência aconteceu na mais plena harmonia, não havendo nenhum tipo de politização das discussões das propostas, ainda bem. De parabéns a cidade e os participantes do evento.

sábado, 24 de outubro de 2009

NOVO BLOG NA REDE: FOLHETIMDOZAN

APRESENTAÇÃO:Começo hoje aqui a postar textos de ficção que escrevi escrevo. Considero ficção quase tudo o que escrevo: crônica, teatro, fiapos de romance, contos, roteiro de audiovisual e o que mais der na cabeça e nos dedos. Andei por curiosidade nos registros da Bibiloteca Nacional checando o que já tinha lá registrado em meu nome. Ou bem ou mau, escrevo, posso até me achar escritor, embora isso não me preocupe. Nunca me vi lançando livros em solenidades de lançamentos. Acho meio forçado. O futuro do texto escrito na virtualidade me fascina. Por aqui eu vou. Sem nenhuma pretensão maior do que compatilhar com quem queira o que vou postar por aqui. Vamo nessa. O endereço é:www.folhetimdozan.blogspot.com

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

TEATRO DOS ESTUDANTES DE CAMPO MAIOR TEM DONO: LUIS FRANCISCO LIMA (LUIS UEP)

Luis Francisco Lima, mais conhecido na cidade, como Luis Uep, diretor do Teatro dos Estudantes Sigefredo Pacheco, é o dono do teatro, ou melhor, se comporta como se fosse. Não obedece ordens de seus superiores, Raimundo José Cardoso de Brito (Cardosinho) ou Marko Galeno,
respectivamente chefe da Divisão de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura e Secretario de Planejamento da Prefeitura Municipal. Quando dos ensaios do Auto de Santo Antonio, o sr. Luis Uep, fazia o possível para que no local e hora em que se marcava ensaios no teatro, não tivesse ninguem lá para abri-lo. Todo dia tinha que se ligar para o sr. Marko Galeno, para ele ligar para o sr. Uep, para ele ligar para o vigia... Agora, solicitei o horário de 15;30 às 16:30, para ensaiar com as crianças do Lar da Criança Dom Abel, de 2a. a 6a., através de ofício originalmente endereçado ao sr. Cardosinho, que pediu que o ofício fosse endereçado ao sr. Uep, o que foi feito sem surtir nenhum efeito. Chego lá diariamente com as crianças e não consigo usar as instalações do teatro, porque não tem ninguém lá para abri-lo. Se para fazer cultura e teatro em Campo Maior é preciso primeiro desmascarar esse tipo de situação, eu farei isso. Estou só começando. Ilustração do Netto de Deus sobre fotos minha. O garotinho da foto é filho dos vizinhos dos pais do Netto.

domingo, 18 de outubro de 2009

A MIDIA BRASILEIRA É ESQUIZOFRÊNICA OU SAFADA MESMO?

A cobertura do episódio da depredação duma fazenda da Cutrale pelo MST foi objeto de um programa da tv câmara, com o jornalista Paulo José Cunha entrevistando dois jornalistas, Luis Carlos Azedo e Rubens Evald Lima. Comovente a forma como todos os três não querem enxergar o óbvio:a midia brasileira não é esquizofrênica, ou seja dá tratamento diferenciado ao que pode ou não ser do interesse do grande empresariado que a sustenta. Ela é é safada mesmo, faz isso de caso pensado. A gente até entende que jornalista, que não é propriamente inocente, não vai se expor a falar mau de quem pode amanhã lhe dar emprego, ou, de algum companheiro que amanhã ou depois pode ser seu chefe. Tudo bem, agora ignorar que o que move a mídia e os jornalista brasileiros são interesses mesquinhos do dia a dia da sobrevivência de uns e outros, é inocência demais... Ilustração do Netto de Deus.

sábado, 17 de outubro de 2009

A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA JÁ TEM DATA MARCADA

mpo Encontro meu dileto amigo e historiador João Alves Filho, presidente da Academia Campomaiorense de Letras e Artes (ACALE), comprando o pão da janta no Big Pão do meu amigo Elder Andrade e sua simpática esposa ontem à tarde. João me diz que só falta definir o local onde a Conferência Municipal de Cultura acontecerá. Valeu o empenho e apurrinhação que fizemos aqui para que nossa cidade não ficasse sem sua Conferência Munipal de Cultura. A data é 28 deste mês de outubro. Em tempo: o local da Conferência municipal já está definido: o auditório da Secretaria de Educação Municipal. Ilustração do Netto de Deus.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

AS BOLSAS DE ENSINO E A QUALIDADE DO ENSINO PROFISSIONALIZANTE EM CAMPO MAIOR

Há na cidade, dois programas direcionados à população jovem e carente, um bancado pela Prefeitura com recursos do Governo Federal e outro pelo governo do Estado, também com recursos do Governo Federal, com finalidades de capacitação e melhoria da qualidade da mão de obra, além de uma escola mantida pelo Governo Federal, que dão bolsas que variam de R$ 100,00 a R$ 150,00 por aluno/mês. Isso, além do benefício de injetar na economia local algo em torno de aproximadamente de R$ 4.000,00 a R$ 5.000,00 por mês, é o que mantém esses programas apresentando índice zero de evasão. Duas críticas são feitas a eseses programas: os participantes afirmam que só têm interesse mesmo é nas bolsas, porque a capacitação e melhoria da qualidade dos participantes não são avaliados com o rigor necessários, principalmente pela má qualificação dos instrutores e pelo pequeno aproveitamente pela economia local na oferta de emprego para os participantes desses programas, depois que são submetidos a essa capacitação. O tema é interessante e vamos fazer uma série de matérias sobre, para tentar entender porque a oferta de Oficinas de Teatro ou outras artes, por exemplo, sem a oferta de bolsas de ensino, atrai tão poucos participantes.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A PEDAGOGIA DO GRITO E DA AMEAÇA E A QUALIDADE DO ENSINO EM CAMPO MAIOR

Estou envolvido aqui na cidade em dois projetos pedagógicos, um deles com crianças de 9 a 12 anos de idade (montagem de uma peça infantil) e um outro originalmente destinado a adolescentes de 15 a 20 e que está melancolicamente ameaçado de ser inviabilizado pelo risco de os alunos a quem se destinariam, estarem demonstrando pouco interesse pelo projeto (oficinas de teatro). Ambos em escolas da rede pública de ensino.
Não vou citar nomes das escolas envolvidas e nem as pessoas da direção dessas escolas porque a questão que eu quero abordar neste artigo transcende a questão da pessoalidade e não tem a menor intenção de expor ninguém a críticas e muito menos a denúncias. Não é o caso, deixo isso muito claro.
Quero só fazer uma breve reflexão que poderá contribuir de alguma forma para que as relações entre professores e alunos das escolas públicas da cidade sejam menos desprazerosas e mais proveitosas não só para o objeto da ação pedagógica, o aluno, como para o agente mais importante desse processo, o professor.
Sou, por natureza e temperamento, pessoa extremamente cautelosa na forma como me relaciono socialmente com qualquer pessoa e de volta à cidade depois de muitos anos fora, me esforço ainda mais em que minha relação com a cidade e as pessoas dela seja a melhor possível. Ou bem ou mau, esse é o meu jeito de ser e não tenho mais idade para nem pensar em mudar. Isso não quer dizer que, no momento adequado e quando absolutamente necessário, deixo de ser a pessoa doce e civilizada e me transformo naquilo que é preciso se transformar para que as pessoas me respeitem. Já dei mostras disso aqui durante a montagem da peça sobre Santo Antonio.
Esses projetos em que estou empenhado são de curta duração. Os professores das escolas onde os desenvolvo e com os quais dialogo para realizá-los invariavelmente me dizem algo que me deixa preocupado:”é preciso ter muita energia para lidar com essas crianças...” Esses professores convivem com essas crianças no dia a dia, o ano todo, anos a fio. Eu chego por lá de vez em quando me propondo a brincar de fazer teatro com as crianças ou adolescentes...
São duas situações diferentes e está mais do que claro, requerem da gente, alguma flexibilidade de estratégia para conseguir atingir os objetivos desejados. Semana passada, a última vez que estive numa dessas escolas para oficinas de teatro, a maioria dos alunos inscritos não entrou na sala em que estava com os poucos que entraram. Esta semana, que só vai ter um dia de aula, na quarta feira, estou me preparando para propor à direção da escola estratégias de atração dos adolescentes que se inscreveram e que entrevistei e que sumiram (para quem o projeto estava destinado) por razões que eu ainda não me dei conta, para tentar mudar o quadro. Adolescentes na faixa de 15 se desinteressaram, os menores de 15 anos ficaram em sua maioria, outras crianças abaixo de 15 procuraram fazer as oficinas.
A reflexão que eu proponho a todo mundo envolvido aqui com educação, baseado nessas experiências que eu já tive aqui e em conversas com amigos professores é muito simples:
1) A ESCOLA PRECISA MELHORAR A FORMA COMO SE RELACIONA COM OS ALUNOS, PELA MELHORIA DA RELAÇÃO PESSOAL DOS PROFESSORES COM OS ALUNOS;
2) CRIANÇAS E ADOLESCENTES NÃO PODEM SER TRATADOS PELAS ESCOLAS COMO EMBRIÃOS DE POSSÍVEIS DELINQUENTES PERIGOSOS; DELINQUENTES PERIGOSOS ELES SE TRANSFORMARÃO SE A ESCOLAS NÃO OS TRANSFORMAREM EM CIDADÃOS...
3) É PARA ISSO QUE AS ESCOLAS EXISTEM...
4) SE FOREM APENAS MERAS FORNECEDORAS DE DIPLOMAS PARA OS ALUNOS OU ÚNICA ALTERNATIVA DE EMPREGO DE PESSOAS QUALIFICADAS COM CURSO SUPERIOR, PARA OS PROFESSORES, ESSAS ESCOLAS FALHAM DE FORMA LAMENTÁVEL.
5) A ESCOLA, PARA SER UM FATOR DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, PRECISA SER TRANSFORMADA EM ALGO CRIATIVO E DE QUALIDADE.

Deixo claro que as pessoas da direção e do corpo docente dessas escolas são profissionais da melhor qualidade e têm me dado o apoio necessário para desenvolver os projetos. O que eu proponho diretamente a eles é que vejam a minha participação no processo pedagógico com essas atividades extracurriculares, como algo diferenciado e
que talvez requeiram deles também, uma atitude diferenciada, para atrair os alunos desinteressados.(ZAN) Ilustração: Netto de Deus

MARKO GALENO:"A PREFEITURA QUER, SIM, PROMOVER A CONFERÊNCIA DE CULTURA NA CIDADE..."

A Fundação Cultural da Secretaria de Educação e Cultura do governo do Piauí, segundo o secretrário de Planejamento da Prefeitura Municipal Marko Galeno e filho do João Alves Filho, gerente de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, é que está falhando na comunicação da realização das conferências municipais e do apoio que a Fundac dará a esses eventos. Galeno acha que havendo essa comunicação, ou seja, através de ofício com esse fim, a Prefeitura pode promover a Conferência Municipal de Cultura na cidade. Ilustração: Netto de Deus.

sábado, 10 de outubro de 2009

LÁ FORA UMA PASSEATA DA PAZ... ADIANTA?

Aqui do autodenominado "aparelho" fico imaginando escrever uma postagem (odeia usar post...me lembra o que os cachorros fazem com postes...) sobre alguma coisa que acontece na cidade. Neste momento ouço o barulho de uma passeata audenominada pela "Paz", promovida pela Igreja Católica. Abro a janela e vejo gente e carros. Apuro o ouvido no carro de som. Lembro o lema da Campanha da Fraternidade, da mesma Igreja Católica: Paz só com justiça social. Taí a chave da questão. A violência que transforma gente em bicho não tem outra origem. A mardita não da pinga, mas da tar da inustiça sociar... (de vez em quando baixa uns santo da região sudeste, por ali...) Bão... O que que nós pode faz pra acabar com issso? Sair matando político do DEM, resolve? Tem quem ache, tem quem não ache... Esquece... No sério, mesmo, não dá pra imaginar um país com as desigualdades que o nosso tem, em paz, concorda? Imagina o garotão das perifas doido pra consumir o que o tubo tá mandando consumir, sem um ningas no bolso? Imagina a garotona arrumadinha, doida pra ter um celular com filmadora ou outro acessório? Como resolver esses problemas, como esses atores da tragédia brasileira "resolvem" esse problema deles? Esse pessoal não participa de Caminhada pela Paz, duvida?

Foto: Anistia Internacional

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CAMPO MAIOR PODE FICAR FORA DAS CONFERÊNCIAS DE CULTURA

Até o momento, a Prefeitura Municipal de Campo Maior não atendeu à convocatória feita no site da Fundação Cultural do Piaui, para programar a Conferência Municipal de Cultura onde, entre outras coisas, seriam debatidas questões culturais da cidade, se fariam propostas de política púlibica municipal para o setor e se escolheriam representantes da cidade à Conferência Estadual de Cultura que se realizará provavelmente em novembro próximo. Em contato com o Gerente de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura municipal, João Alves Filho, nenhuma providência quanto à Conferência Municipal local teria sido tomada (na verdade João Alves nada sabia sobre o assunto.) Uma pena que a cidade não consiga valorizar a oportunidade de abrir espaço para discussão do tema. Na oportunidade que fiz contato com João Alves, passei para o seu e-mail todo o material que a Fundac disponibiliza no seu site para orientar a realização da conferência municipal, sob promessa de retorno que até o momento não aconteceu. Um pena mesmo. Ilustração:Netto de Deus.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

É A GLÓRIA, O OMBUDSMAN DA FOLHA RESPONDEU...

Mandei para o ombudsman da Folha de São Paulo, a postagem da materia anterior. O cara me respondeu nos seguintes termos:

Caro Sr. Zeferino:

Obrigado pelo envio.

Um abraço,


Carlos Eduardo Lins da Silva
Ombudsman - Folha de S.Paulo
Al. Barão de Limeira, 425 - 8o. andar
01202-900 - São Paulo - SP
Telefone: 0800 0159000
Fax: (11) 3224-3895
ombudsma@uol.com.br
http://www.folha.com.br/ombudsman/

É a glória, meus irmãos, a glória...

sábado, 3 de outubro de 2009

CLOVIS ROSSI APOIA O GOLPE DE HONDURAS

Em comentário com o título "Os golpistas ganharam", o grande jornalista da Folha se congratula com os golpistas de Micheletti. Em nome do seu passado de cobertura de golpes militares nas décadas de 70, seria o caso de nos congratularmos com Clóvis Rossi com o seguinte comentário: o golpe de Micheletti foi vitorioso porque contou com o apoio de pessoas sérias como ele. Parabéns Clóvis Rossi, parabéns Folha de São Paulo, parabéns jornalismo brasileiro. Ilustração:Netto de Deus.

sábado, 26 de setembro de 2009

O MEMORIAL FRANCISCO PEREIRA DA SILVA AMEAÇA DECOLAR...


Pelo calibre das personalidades que tomaram a si o dever de batalhar pela criação do Memorial Francisco Pereira da Silva, caso dos ilustres Dr. Domingos José e do brilhante presidente da Academia Campomaiorense de Artes e Letras (ACALE), João Alves Filho, a coisa agora pode tomar um rumo diferente do que andava meio titubeante. A propósito, escrevi artigo para o jornal Destak que deve sair aqui esta semana, provocando o meu amigo dileto João Alves Filho e chamando-o à responsabilidade com relação ao Memorial. Fui até meio rude e grosseiro com ele, mas isso fica por conta da amizade de décadas que cultivo com ele. Ontem participei de solenidade acontecida na Unidade Educacional Monsenhor Mateus, onde fiz breve palestra sobre Francisco Pereira da Silva e João Alves e Dr. Domingos José estavam lá e me garantiram o empenho em torno da criação do Memorial (que já existe na forma de Lei desde 2005) Se for formada uma comissão de alto nível para ir à Presidente da Fundação Cultural da Secretaria de Educação e Cultura, do governo do Estado do Piauí, a coisa anda... A arte que ilustra a matéria, é do Netto.

E PARA CONHECER MAIS FRANCISCO PEREIRA DA SILVA...

FRANCISCO PEREIRA DA SILVA, VIDA E OBRA

Aci Campelo e F. M. Moura

UM SONHO DE MAGIA E BELEZA

Um dos últimos sonhos do dramaturgo piauiense Francisco Pereira da Silva foi o de criar em Teresina um Teatro Popular Navegante, um teatro aquático “um espaço sobre as águas”, como ele dizia, ou seja, um espaço teatral fincado sobre dois botes, unidos por um tablado, que sairia pelas margens do Rio Poty, por ter a vantagem de ser um rio de águas tranqüilas. E, o rio estando a leste, o sol das cinco horas da tarde, horário dos espetáculos, iria incidir nas suas águas, iluminando palco e atores. No Teatro Navegante seriam encenadas peças brasileiras e estrangeiras, autores nordestinos em especial, e ainda, shows de música eruditos e populares e espetáculos folclóricos, expressão da gente piauiense. O Projeto Rio Poty – Um Teatro Popular Navegante, chegou a ser escrito, mas não passou do papel. Um sonho de magia e beleza. ENSAIO BIOGRÁFICO Francisco Pereira da Silva nasceu no dia 11 de agosto de 1918, na cidade de Campo Maior, no Estado do Piauí. Era filho de Isaías Pereira e Antônia Marques, e tinha uma irmã, Nazaré de Odylo Costa, filho, honrada viúva de Odylo Costa, filho, grande poeta e escritor brasileiro. Quando o menino Chico veio ao mundo, a cidade de Campo Maior não passava de uma paisagem de imensos carnaubais, tendo época em que as chuvas transformavam os vastos campos numa abundância de águas e noites de frio. Ele passou a infância e parte da juventude em sua cidade, e aprendeu a conviver com as mudanças do tempo, uma alternância entre estiagem e inverno, quando aprendia e guardava na lembrança uma infinidade de histórias de vaqueiros, homens simples e rudes, principal esteio em que se apoiava uma leva de pais de famílias de sua nunca esquecida Campo Maior. As lembranças e fatos vividos por ele iriam aparecer tempos depois nos enredos de suas peças, com uma pujança e um frescor inesquecíveis. Para continuar os estudos, mudou-se para Teresina, onde fez o ginásio no Liceu Piauiense. Depois viajou para São Luís do Maranhão, onde iniciou os estudos clássicos. No começo da década de quarenta, Francisco Pereira toma o rumo do Rio de Janeiro, terminando o Clássico no Colégio Pedro II. Prosseguindo em sua formação, ele fez até o terceiro ano da Faculdade Nacional de Direito. No Rio de Janeiro, morou com dois conterrâneos de grande expressão artística nacional, o pintor, figurinista e cenógrafo Sansão Castelo Branco e Anísio Medeiros, desenhista, figurinista e cenógrafo, premiado em teatro nacionalmente com os prêmios Molière e Mambembe, futuro cenógrafo de peças de Francisco Pereira da Silva e um de seus maiores amigos. Quando deixou a Faculdade Nacional de Direito, determinado a permanecer no Rio de Janeiro, Francisco Pereira fez o curso de Biblioteconomia e foi nomeado para o cargo de bibliotecário na Biblioteca Nacional, o ano era o de 1944. Em seu trabalho, e com a grande disciplina que lhe era peculiar, passou a se alimentar de todos os clássicos da literatura universal. Daí foi um passo para enveredar pela literatura fazendo contos que foram publicados em revistas e suplementos literários de jornais do sul do país. Neste sentido, fez parte da uma antologia de contos organizada pelo escritor Graciliano Ramos. No Piauí, tem contos seus publicados pelo poeta e crítico literário Francisco Miguel de Moura, também numa antologia denominada “Piauí: Terra, História e Literatura”. A descoberta e a paixão pelo teatro veio com a leitura da obra de Frederico Garcia Lorca, o grande poeta e dramaturgo espanhol, vítima da brutal violência franquista. De Garcia Lorca ele admirava o intenso lirismo e a poesia inspirada em base popular. O escritor espanhol iria influenciá-lo no seu teatro de cunho popular e social. A primeira peça teatral de Francisco Pereira da Silva foi “Viagem”, escrita em 1946, ainda inédita como encenação. O texto foi inspirado em suas leituras de Lorca. Em 1948, Francisco Pereira da Silva escreveu sua grande peça de teatro “Lázaro”, baseada em “Electra”, do grego Sófocles, transposta para o Nordeste brasileiro. Naquele período, dominava a cena do teatro amador brasileiro a força e a perseverança do grande Paschoal Carlos Magno, o criador do Teatro do Estudante do Brasil. Paschoal fez de sua casa, no bairro de Santa Teresa, na rua Hermenegildo de Barros, o Teatro Duse. Foi desse teatrinho que saíram verdadeiros talentos da dramaturgia brasileira, como Ariano Suassuna, Luís Marinho e tantos outros. Francisco Pereira submeteu-se ao concurso de textos promovido por Paschoal, que fazia “de um tudo”, desde a inscrição do candidato à escolha do premiado, e ganhou o prêmio de autor revelação daquele ano com sua peça “Lázaro”, dado pelo Círculo Independente de Autores Teatrais. Paschoal Carlos Magno tratou de fazer a publicidade do novo talento descoberto por ele, na sua coluna sobre teatro no Jornal “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro. A peça teve estréia no ano de 1952, no próprio Teatro Duce.

PEÇAS ENCENADAS

Tendo estreado no mundo do teatro, e já fortalecido com um prêmio, Francisco Pereira da Silva passou a colaborar na imprensa com uma coluna de crítica teatral no Jornal “Diário Carioca”, convivendo com grandes nomes da imprensa da época. Prosseguindo no seu ofício de dramaturgo, escreveu os textos “Caso do Chapéu”, adaptado do conto de Machado de Assis, “Capítulo dos Chapéus” e “Memórias de Um Sargento de Milícias”, do romance do mesmo nome de Manuel Antônio de Almeida. Ele enfrentou o palco novamente em março de 1960, quando estreou a peça “Romance do Vilela”, no Teatro da Maison de France, pelo Studio 53, dirigida por Carlos Murtinho. A peça foi baseada na lenda sertaneja “Cantiga do Vilela”, e a ação se passava numa cidade do Nordeste. Mas foi com “Cristo Proclamado”, escrita em 1958, que ele praticamente iniciou sua obra autoral, para o que tinha se preparado com toda paciência e humildade. A peça estreou no Teatro Copacabana, pelo Teatro dos Sete - Companhia Fernanda Montenegro, em agosto de 1960, com direção e cenário do genial homem de teatro Gianni Rato, tendo no elenco, entre outros atores, Ítalo Rossi, José Wilker, Fernanda Montenegro, Sérgio Brito, Francisco Cuoco, Zilka Salaberry e Maria Gladys, todos artistas primorosos, alguns obviamente em início de carreira. A estréia foi feita com o teatro lotado de pessoas da mais alta sociedade carioca. “Cristo Proclamado” conta as proezas do personagem Demóstenes de Albuquerque, por alcunha Pintassilgo, um artista de circo que voltou para sua terra natal, Guaxinim, e passou a montar uma via sacra na cidade todos os anos. O texto aproveita para discutir a seca nordestina, a miséria de retirantes se amontoando na cidade à procura de comida e a politicalha do interior. O cristo proclamado da história é o personagem Morais, assassinado quando fazia o papel de Cristo na via sacra do Pintassilgo, numa trama dos coronéis do lugar. Se o texto trazia uma expressão própria, onde o autor começou a transfigurar os sofrimentos do povo de sua região e onde os conflitos familiares se mesclavam a elementos da comédia doméstica com preocupação de cunho social, foi exatamente essa temática que não agradou ao público carioca, que certamente não estava decidido nem acostumado ao debate de tanto sofrimento, nem muito menos de gente relegado ao deus-dará. Portanto, a peça não passou de duas semanas em cartaz. No entanto, deixou uma certeza e uma marca cristalina: a de que Francisco Pereira da Silva tinha caído nas graças das crítica. Seguiram-se, na carreira do dramaturgo, as seguintes peças: “O Desejado”; “Chapéu-de-Sebo” e “O Vaso Suspirado”, de 1963. “O Desejado” o autor dedicou à escritora Raquel de Queiroz, que considerou numa apresentação feita sobre o texto, juntamente com “Romance do Vilela”, pertencer ao que ela chamou de “o ciclo do boi”. Isto por que as peças tinham influências da cultura popular nordestina, principalmente em “O Desejado”, quando ele usou colagem do romanceiro de cordel, como a “A História do Boi Misterioso”, de Leandro Gomes de Barros, e “O Boi Mandingueiro”, de Bernardo da Silva. Em “O Desejado”, o autor coloca como dedicatória uma letra muito conhecida dos piauienses: “O meu boi morreu / Que será de mim / Vamos buscar outro maninha...” A farsa “O Vaso Suspirado” é tida pela crítica teatral como uma pequena obra prima. A peça conta a história de um bispo que foi designado para servir numa cidadezinha do interior. Então, as beatas que lhe serviam ficam brigando para ver quem conseguia ficar com a melhor herança do senhor bispo. Brigam tanto que até disputam o penico de louça do bispo, terminando por quebrarem o objeto. As beatas ficam horrorizadas com o fato. O venerando bispo pega os pedaços do penico e tenta o milagre de emendá-lo, e o milagre se torna realidade. A peça teve uma montagem de alto nível feita pelo Grupo Harém de Teatro, do Piauí, dirigida por Arimatan Martins, apresentada no Teatro 4 de Setembro, onde estreou em 1997. Da fase mais forte relacionada à temática nordestina, o texto mais importante, senão o mais famoso de toda a dramaturgia de Francisco Pereira da Silva, é a peça “Chapéu-de-Sebo”. O próprio autor colocou que o enredo da peça foi inspirado em um caso verídico acontecido na década de 20 na cidade de Campo Maior, sua terra natal. A história é simples: um jovem vaqueiro mata sua mulher que teria sido seduzida por coronéis da região e depois o seu crime é usado politicamente de todas as formas. É a peça com o maior número montagens do autor e a de maior sucesso de sua carreira. Seu valor ultrapassou as fronteiras do país, sendo traduzida para o alemão numa antologia de cinco autores do moderno teatro brasileiro. Montada por companhia de teatro alemão, foi representada em Berlim, na Tchecoslováquia e Finlândia, permanecendo em cartaz por muito tempo. “Chapéu-de-Sebo” virou filme nacional, no ano de 1983, com o título de “Amor e Traição”, dirigido pelo cineasta Pedro Camargo, com roteiro do próprio Francisco Pereira da Silva. No elenco estavam estrelas do cinema brasileiro, como Jofre Soares, Nelson Xavier, Ítala Nandi e Cláudia Ohana. No Piauí, a peça teve uma montagem do Grupo TEU, da Universidade Federal do Piauí, dirigida por Chico Filho, no ano de 1999. Deram prosseguimento à obra de Francisco Pereira da Silva as peças “Uma Carga de Laranja”; “A Nova Helena”; “Chão dos Penitentes”; “Raimunda, Raimunda”; “Reino do Mar Sem Fim” e “A Caça e o Caçador”, todas elas produzidas e apresentadas por diversos grupos ou companhias de teatro nacionais. “Chão dos Penitentes” foi escrita em 1964 e levada à cena pelo Teatro Jovem, do Rio de Janeiro, em 1965, com direção de Kleber Santos, cenários e figurinos de Anísio Medeiros, tendo no elenco nomes, como Oswaldo Louzada, Vanda Lacerda, Thelma Reston e José Wilker. A peça narra a história de Padre Cícero Romão Batista, usando o cancioneiro popular do Nordeste, com trechos de cordel dos autores Cego Aderaldo, José Bernardo da Silva, João Mendes de Oliveira e João José da Silva. “Chão dos Penitentes” é a terra comandada por um beato chamado José Lourenço, apoiado pelo Padre Cícero, onde os penitentes e o próprio beato terminam sendo mortos por forças públicas policiais. A tetralogia “Raimunda, Raimunda”, escrita em 1972, e oferecida à atriz Fernanda Montenegro, foi levada à cena no mesmo ano no Teatro Gláucio Gil, no Rio de Janeiro, pelo Grupo Teatro Vivo, com direção de Paulo Afonso Grisolli; cenários e figurinos de Hélio Eichbauer, tendo no elenco, entre outros, Rubens de Falco, Maria Fernanda, Hector Grillo, Paulo Padilha e Hélio Ary. “Raimunda, Raimunda” é composta dos seguintes textos: “Raimunda Jovita na Roleta da Vida ou Quis o Destino: De Pucella e Ninon!”; “O Trágico Destino de Duas Raimundas ou Os Dois Amores de Lampião Antes de Maria Bonita e Só Agora Revelados”; “Raimunda Pinto, Sim Senhor” e “Ramanda e Rudá”. Todos os episódios da peça, ainda que tenham um fio condutor, podem ser montados separadamente sem que haja nenhum prejuízo à dramaturgia. “Raimunda, Raimunda” sedimentou o gosto e o prazer da crítica pela obra de Francisco Pereira da Silva, não só pelo apuro técnico na carpintaria teatral mas também pelo uso de uma linguagem ágil, de fino humor e densidade dramática. Dois episódios da peça dão a dimensão do talento do autor –“Raimunda Jovita na Roleta da Vida” e “Raimunda Pinto, Sim Senhor!”. No primeiro, ele conta a trajetória de Antônia Alves Feitosa, cognominada de Jovita, nascida em Brejo Seco, Inhamuns, no Ceará, que depois da morte da mãe, residiu em Jaicós, no Piauí. Jovita Feitosa, ao saber que estavam constituindo batalhões de voluntários da pátria para a guerra do Paraguai, se veste de vaqueiro e atravessa a pé mais de setenta léguas, chegando a Teresina em julho de 1863, para se alistar como soldado. O Presidente da Província lhe dá a divisa de segundo sargento do 2º Corpo Piauiense de Voluntários da Pátria. Em agosto daquele ano ela embarca com o batalhão para o Rio de Janeiro e, como heroína, foi festejada em São Luís, na Paraíba e em Recife. Mas Jovita não conseguiu ir para a guerra, e terminou se suicidando. Em primeiro lugar, por que foi impedida de ir ao Paraguai e, em segundo, por que seu amante, o engenheiro inglês Guilherme Noot, abandonou Jovita e regressou para a Inglaterra.

OBRAS PUBLICADAS E INÉDITAS

O autor tem as seguintes peças publicadas pela Editora Agir, dentro da coleção “Teatro Moderno”: § “Chapéu-de-Sebo”, prefácio de Francisco de Assis Barbosa; § “Cristo Proclamado” e “O Chão dos Penitentes”, com prefácio de Francisco de Assis Barbosa; e, § O Desejado” e “Romance do Vilela”, com prefácio de Raquel de Queiroz. Fora da coleção, “Reino do Mar Sem Fim” foi publicada como encarte da revista “Cirandinha”, nº 3, editada por Francisco Miguel de Moura, em setembro de 1978. Para completar sua obra, o autor deixou inéditas as peças “Graça e Desgraça na Casa do Engole Cobra”, “Hans Staden no País da Antropologia” e “Amor por Amor que é Liberdade”. Escreveu também um romance ao qual deu o título de “Revocata” e uma coleção de contos denominada “O Gregório e Dona Mariana”, que ficaram sem publicação.

TEXTOS

A história de Raimunda Jovita, magistralmente transposta para o palco por Francisco Pereira da Silva, termina num final apoteótico em ritmo de melodrama, no qual ele chamou de “escamotear a sagrada história”, porque Jovita é quem termina cravando um punhal no peito do poeta Rangel, quando este descobre que ela iria cometer suicídio. A cena é admirável:

RAIMUNDA – (Envolvendo-se no lençol, mas mantendo ainda o punhal na mão, a apontar-lhe o coração) Não adianta, Rangel, não acredito. Eu sei, Rangel, que você é festejado literato. Mas eu não gosto de leros. Prefiro a cova rasa a leros, Rangel. Sacou? E pronto, fim de papo.

RANGEL – Que pureza! A gentil corsa dos ínvios sertões de minha terra! Que desprendimento comovente: “a cova rasa e pronto!”. Não, gentil Jovita, não! Um melodrama nunca é demais! Enfeitemos! “Oh, não foi a pátria, eu me retrato / a pátria compreendeu quanto valia / Jovita de Inhamuns glória primeira / que de tudo apesar resplandecia”.

RAIMUNDA – Pô, corta esta, poeta. Tá me grilando a cuca. Te arranca! (Raimunda, enrolada no lençol, cai no chão. Rangel, com o pé em cima do corpo de Raimunda, retira do bolso um imenso lenço preto.)

RANGEL – “Brasil, o teu cocal cinge de crepe, mais um herói morreu – morreu Jovita!”

RAIMUNDA – (Levantando-se) Rangel, meu bem, se você quer berrar, berre ... Vem cá... Sonhemos. Você, um paraguaio, e eu, a guerreira de Inhamuns. Eu, cruzando o fogo inimigo, salto no teu pescoço, (Salta no pescoço de Rangel e lhe crava o punhal) e te dou uma estocada e bumba!

RANGEL – Jovita, mas isto não é absolutamente histórico! Assim, seria escamotear a sagrada história. Mas, se te apetece a ficção, representemos. Veja, estou cambaleante! (Cai).

RAIMUNDA – Pique! Uma bela bolha de sabão doirada! Pique! Uma vingança aos necrológios. Brasil, o teu cocal cinge de crepe, mais um herói morreu – morreu Rangel! “Raimunda Pinto, Sim Senhor!” é um épico sertanejo, em que o autor narra a história de uma negra de lábios leporinos, pobre e miserável, nascida no Ceará. Ela se descobre rejeitada por todos por causa do grave defeito, e resolve partir de sua terra natal para o Rio de Janeiro, onde pretende estudar para enfermeira na Escola Ana Neri, e naturalmente, fazer plástica nos lábios. Num clima de farsa tragicômica, Raimunda Pinto perambula pelas estradas do Brasil até chegar ao seu destino. Passa no concurso da Escola Ana Neri mas é reprovada nos exames de saúde. Então, resolve falar com o presidente Getúlio Vargas, no Palácio do Catete, para denunciar tamanha injustiça. O presidente está atarefado, pois o país vive o clima pleno da 2ª guerra mundial, mas Raimunda não desiste e se planta em frente ao Palácio. O diálogo de Raimunda com Gregório Fortunato, guarda-costas de Getúlio, tentando uma audiência com o presidente, é encantador:

RAIMUNDA – Pois daqui não saio nem que você queira, viu? (Chora) Desgraçados... Passei no vestibular de enfermeira e quando acaba fui cortada no exame médico. Me vali de tudo que foi santo e do meu São Francisco das Chagas de Canindé! Uma injustiça! E sabe o que os descarados disseram? Que eu voltasse pro meu Ceará, que fosse fazer bordado e renda. Tá vendo? Se conselho fosse bom ninguém andava dando. E é essa injustiça que eu quero denunciar a Getúlio.

GREGÓRIO – Pois não vai poder ser.

RAIMUNDA – (Berreiro) Ai, ai!... GREGÓRIO – Cala o berreiro, ô china desesperada!

RAIMUNDA – Me leve, seu Gregório, me leve. Ai, ai, ai...

GREGÓRIO – Desgramuda. E, inda por cima, fanhosa. Diabo de choro mais feio. Cala a boca!

RAIMUNDA – Não calo, não calo, não calo! (Gregório segura Raimunda pelo braço. Esta grita mais alto. Entra Getúlio)

GETÚLIO – O que é isto, gente?

GREGÓRIO – Presidente, atenda esta cearense, porque ou ela acaba me matando ou em acabo matando ela. Faz um mês que a china bate aqui todo dia, me azucrinando os ouvidos.

GETÚLIO – (Com doçura, alisando os cabelos de Raimunda) Meu bem, você está matriculada. Mas, antes, dê uma passada no Hospital dos Servidores, que é para acabar com este defeitinho. Tá? Raimunda Pinto se opera dos lábios leporinos, vira madame e termina viajando para os Estados Unidos com um senador americano, de onde viaja para o Japão e é testemunha da tragédia de Hiroshima. É um texto vigoroso mas cheio de sutilezas, e com grandes possibilidades cênicas.

CRÍTICA Na peça “Reino do Mar Sem Fim”, Francisco Pereira da Silva foge um pouco à sua temática habitual e enfoca uma história inspirada em um fato real, um teatro-reportagem. Ele conta a história de um barqueiro, pescador da Bahia, que nunca trazia para casa o sustento da família. O pescador termina se envolvendo com o candomblé e fica obcecado por Iemanjá. Com a finalidade de trazer fartura para casa, leva sua filha adolescente para o alto mar e entrega-a a Iemanjá, jogando a menina em águas densas. Esse texto foi produzido e dirigido por Tarciso Prado, em Teresina, dentro da “II Mostra de Teatro Amador do Piauí”, no ano de 1978. Com “Reino do Mar Sem Fim”, o diretor e ator piauiense, amigo particular de Francisco Pereira, iniciou a tarefa de mostrar a obra do dramaturgo até então desconhecida no Estado do Piauí, sua terra-berço. A amizade de Tarciso Prado com Chico Pereira da Silva possibilitou sua vinda a Teresina e a discussão de muitos projetos e propostas para o teatro piauiense, infelizmente não concretizados. “A Caça e o Caçador” foi uma peça premiada pelo antigo STN – Serviço Nacional de Teatro, em concurso de dramaturgia. O texto trazia um novo enfoque à escrita do autor, diferente de outros temas discutidos. Escrita em dois atos, o primeiro baseado no conto “A Faca e o Rio”, de Odylo Costa, filho, a história tratava de um crime passional onde pescadores, ambulantes, comerciantes e pessoas ricas se envolvem numa trama de traição e morte vivida por um casal. A peça permaneceu inédita por alguns anos, até ter duas montagens pela Comédia Cearense. A primeira, no ano de 1977, quando foi inaugurado o Teatro de Arena, da Credimus, e a segunda, na inauguração do Teatro Móvel, as duas em Fortaleza, Ceará, ambas dirigidas por Haroldo Serra, tendo no elenco atores de renome, naquele Estado, como Hiramisa Serra, B. de Paiva, Ricardo Guilherme, Lourinha Falcão e Walden Luiz. Francisco Pereira da Silva foi um autor de teatro amado e festejado pela crítica, mas distante do público, que não soube acolher suas peças com o mesmo entusiasmo. Tratando quase sempre de temas referentes à região Nordeste, quando não à sua própria terra, ainda que tivessem elementos de alcance universal, suas peças montadas não atingiram o gosto dos espectadores à época das montagens. Esse divórcio entre o dramaturgo e o público talvez esteja exatamente na sua dramaturgia, escrita impecavelmente na hora certa, mas dirigida a um público errado: a sociedade carioca, hostil ao universo sofrido da região Nordeste, onde o autor buscou sua inspiração. Francisco Pereira da Silva deixou de escrever muito cedo, cada vez mais se voltando para si mesmo no cumprimento de seus afazeres como funcionário público, até aposentar-se. A coluna sobre teatro que ele fazia no jornal “Diário Carioca" foi passada para Paulo Francis, indicado diretamente por ele, para substituí-lo. Esse gesto deixaria uma profunda gratidão do grande jornalista brasileiro para com Chico Pereira da Silva. Sabendo, como poucos, suportar as adversidades de seu ofício e nunca reclamando de injustiças cometidas contra ele, viveu numa grandeza inigualável. Francisco Pereira da Silva morreu modestamente, esquecido da maioria de seus amigos e da gente de sua terra, no seu apartamento na Av. Ataulfo de Paiva, no Leblon, Rio de Janeiro, no dia 8 de abril de 1985, sendo enterrado no Cemitério de São Francisco Xavier. Não há dúvida de que a obra de Francisco Pereira da Silva precisa ser redescoberta, levada à cena e debatida no Brasil. Grande parte de seus textos estão inéditos, e só com o conhecimento, o estudo de sua obra, vai-se descobrir e se entender melhor porque um autor que tanto dignificou a dramaturgia brasileira não atingiu o grande público. O feito de ter trazido Francisco Pereira da Silva ao conhecimento do povo piauiense foi de Tarciso Prado, iniciado no ano de 1978, e sedimentado em 1985, quando o autor foi homenageado pelo amigo com a realização da “Semana Chico Pereira”. Naquela “Semana”, com a realização de seminários, palestras e cursos, houve a montagem de dois episódios de “Raimunda, Raimunda” – “Raimunda Jovita na Roleta da Vida ou O Destino Quis Assim: De Pucella a Ninon”, montada pela Companhia de Drama e Comédias do Piauí, com direção de José da Providência, e “O Trágico Destino de Duas Raimundas ou Os Dois Amores de Lampião Antes de Maria Bonita e Só Agora Revelação”, montada pelo Grupo Harém de Teatro, com direção de Arimatan Martins. Na realidade, foi com esta última peça que nasceu o Grupo Harém de Teatro. A “Semana Chico Pereira” teve grande repercussão e possibilitou o resgate da obra dele para os piauienses, pois foi a partir desse resgate que o Grupo Harém de Teatro montou mais dois espetáculos do autor, sendo “Raimunda Pinto, Sim Senhor!” e “O Vaso Suspirado”. Duas montagens piauienses que mostraram em festivais realizados pelo Brasil a grandeza da moderna dramaturgia de Pereira da Silva. Sobre Francisco Pereira da Silva e sua obra manifestaram-se as seguintes personalidades da arte e da cultura brasileira: O jornalista e escritor Paulo Francis: “É um dos muitos talentos desperdiçados no Brasil, pela falta de um meio ambiente, da irrigação cultural que permitiria que crescesse. À parte isso, é um homem educadíssimo, gentil, de sensibilidade à flor da pele, ou seja, “inadequado” à brutalidade na luta pela subida ao pau de sebo. Ele, outro amigo, Anísio Medeiros, pintor, cenógrafo de talento, personalidade forte e crítica, e eu, passamos muitas horas de papos, e então aprendi muito dos dois. Como também me ensinaram (na medida do possível) a arte brasileira da convivência. Devo-lhe mais do que imaginam e do que não me dei conta na ocasião”. A escritora Raquel de Queiroz: “Nas peças do piauiense tem tudo que nos peça o coração. Uma força de legitimidade, ouro de lei na sua maior pureza... Um senso de poesia que é épico e lírico. E aquele bom gosto infalível. E no remate de tudo, nem trincando ele se afasta das exigências mais severas do teatro. O texto que dá é mesmo para espetáculo, matéria de declamação e cantoria, que só se realiza plenamente no palco, tal como precisa ser a literatura dramática, propriamente dita e entendida.” O ex-ministro Eduardo Portela, escritor e acadêmico: “ A arte vertical de Francisco Pereira da Silva não se contentou em promover uma simples restauração. Foi além: deixou fruir livremente o viver descontraído de um tempo contraditório. Daí a sua atualidade. Porque Francisco Pereira da Silva soube armar um perfeito contraponto estilístico, bifurcado entre o idioma solene de uma época e a palavra generosa dos nossos dias”. Tarciso Prado, ator e diretor de teatro: “Francisco Pereira da Silva, um mestre da moderna dramaturgia brasileira, tem sido vítima de críticos mordazes que teimam em apontá-lo como regionalista, com deliberada intenção de macular sua obra. Essa tese, diante da evidente superioridade formal de Chico Pereira da Silva, é inócua. Quem já estudou, criteriosamente, os trabalhos desse piauiense, há de pelo menos ter descoberto, além da exuberância literária tão própria do seu talento de escritor, uma linguagem intencional ou subjetiva que dá à sua criação uma indiscutível universalidade. Francisco de Assis Barbosa, escritor e crítico, prefaciador de peças publicadas de Chico Pereira: “São poucos, raros, os escritores que se entregam a uma trabalho de criação como fez Francisco Pereira da Silva, com ciência e consciência do que tinha a realizar pela frente. Ele se preparou para a tarefa, estudou, pesquisou, munido de paciência e humildade. E, com seu talento de escritor, decidiu-se a transfigurar em obra de arte os problemas de sua terra e os sofrimentos de seu povo, terra e povo com que se acha plenamente identificado. Sua obra é constituída com admirável coerência, perícia artesanal e singular beleza plástica”.

BIOGRAFIA DOS AUTORES:

ACI CAMPELO (Francisco Aci Gomes Campelo), dramaturgo e escritor. Natural de Lago da Pedra, Maranhão, nascido a 5 de agosto de 1955. Autor, entre outras peças, de “Soy Loco Por Ti”, “Às Margens do Jenipapo, “Auto do Corisco”, “A Menina e o Boizinho” e “Uma Estrela”. Escreveu também um ensaio histórico: “O Novo Perfil do Teatro Piauiense”.

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA, natural de Francisco Santos, Piauí, poeta e escritor, editor da revista “Cirandinha”, escreveu mais de 20 livros entre publicados e inéditos, destacando, “Viragens”, poemas, 2001, Rio, e “Literatura do Piauí”, a sair ainda este ano.
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