domingo, 28 de fevereiro de 2010

JATOBÁ, MELANCIA E TAMARINDO...








O povoado é Tamarindo, o município é Jatobá, mas a festa é da melancia.
A maior que lá apareceu e ganhou concurso de peso tinha vinte e cinco quilos e dava pra almoçar durante uma semana. Fui chegando e mau cheguei reencontrei meu amigo Belchior Neto, depois de quinze dias sem ver, tentando se esconder do sol inclemente (45 graus na sombra) debaixo dum chapéu de palha. Fui chegando mais e o jeito foi fotografar. Melancia, concurso de mulher dançando com melancia na cabeça, concurso de rainha da melancia, meninas bonitas, bonitinhas, mais ou menos, a que ganhou era a mais alta de todas, mas só tinha quinze anos. Meu afilhado Wilame Medeiros, pré-candidato a deputado federal pelo PSOL, tem que dar força porque o cara é muito animado. Depois chegaram os políticos mais maduros, governador, deputado, secretários. Mestre Luis Eduvirges não dando pra quem queria. O prefeito da cidade é do PT, todo mundo de tudo que é município ali de perto no palanque montado num espaço construído pelo estado para facilitar a comercialização da melancia, inaugurado na ocasião. Hoje de manhã o saldo sangrento da festa; choveu lá pelas tantas da madrugada, quem tinha carro resolveu pegar a estrada porque era gente demais e alguns já meio embriagados, aconteceu o previsível, batidas, capotadas, atropelamentos envolvendo motos e carros e bichos:três ou quatro mortos. Sangue, pra ter o que se falar, sem sangue é mesmo que não ter acontecido nada. Como a conexão tá muit lenta, vou postando as fotos aos poucos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

CIRÃO “BARATA AVOA” AGORA QUER SER VICE DE AÉCIO...


Nota no blog do Josias Souza, da Folha de São Paulo, dá notícias do Grande Ciro de Pindamonhangaba e Sobral, que numa entrevista a uma “radia cearensa” (lá também tem) acena com a possibilidade de se oferecer ao PSDB, partido ao qual pertenceu, assim como à Arena, PDS e PCdoB (bate na madeira aí, xico suvaco...), para ser candidato a vice-presidente na chapa do governador de Minas Gerais, Aécio Neves... Xico Suvaco ta me dizendo aqui que o próximo passo do genial cearense será largar a Patrícia Pilar e se candidatar a deputado estadual por São Paulo sem chances de se eleger pelo DEM. Ciro está claramente chantageando Lula e achando que ZéSerra quer ele pra vice... O Vampiro do Morumbi já deixou claro, pelo seus moleques de recado na mídia:”Nem morta, Cirão, nem morta...” O Circo do Ciro já ta começando a pegar fogo...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

É MUITO FÁCIL MATAR ALGUÉM NESTA CIDADE, MEUS AMIGOS...


Via “seu” Gervásio quase todo dia aqui pela rodoviária, fosse quando mordia uma tapioca ou cuscuz na padaria de seu Aderbal de manhãzinha ou fosse quando pegava um mototaxi pra ir um pouco mais longe do que minhas pernas finas agüentam caminhando... Cumprimentava-o, apertava-lhe a mão grossa e trocava algumas palavras. Sabia da verdadeira cruzada em que ele se empenhava pela legalização do transporte de motos na cidade. Era um homem marcado para morrer porque levou isso além do que devia, talvez. Como presidente da Associação de Mototaxistas, não deixava que pessoas desqualificadas para exercer a profissão que exercia, o fizessem. Isso lhe criou inimizades que talvez estejam por trás de seu assassinato. Se a polícia, como se diz, ou o ministério público, seguirem a linha da investigação atrás de quem ele contrariou interesses, pode ser que seja um crime a menos, não desvendado, nas estatísticas de nossa esforçada polícia. Se isso servir de consolo para mais essa tragédia na cidade, que seja... Não tenho uma estatística exata de assassinatos na cidade, mas na minha cabeça tem uma coisa certa: é muito fácil ser morto ou matar alguém nesta cidade... Raro é o mês que não tem um ou dois assassinatos na cidade... Tudo bem, a violência está em todo canto desse mundo velho, mas tenho a impressão de que aqui a vida já foi mais calma... Será?

FALA, NETTO DE DEUS!



A entrevista era para ter saído no primeiro número da revista NOSSA GENTE, mas só saiu no segundo e, a pedidos, agora aqui.
Talvez com saudade de seus verdes anos passado na cidade em que nasceu, o artista gráfico Netto de Deus, resolveu um dia falar de sua Campo Maior lá de onde reside há quatro anos. Fez um blog para falar de sua história e de seus costumes. Sucesso absoluto. Campomaiorenses de todos os lugares do país e do mundo o acessam e deixam comentários onde falam de suas saudades e do que fazem onde vivem, entre outras coisas. Dos comentários saem brigas e polêmicas, insultos e ofensas que obrigaram Netto a se utilizar do recurso da moderação para evitar que o risco de ameaças de morte por motivos quase fúteis, acontecesse. Para falar dessa experiência, lá da fria e gelada Curitiba, Netto respondeu ao questionariozinho que lhe fiz daqui desses tórridos dias de b-r-ó bró...Em tempo: a matéria era pra ter saído no primeiro número, mas não foi... (ZAN)
ZAN - Netto, como tudo começou?
NETTO - Sempre tive vontade de fazer algo que deixasse impresso, não só os bons tempos dos anos 70, mas também da história recente de Campo Maior, que as máquinas fotográficas puderam registrar. Ou seja: ou eu faria um livro, ou uma revista que, convenhamos, também seria uma tarefa bem difícil, mas que nunca me saiu da cabeça. Aí o Exército americano que já tinha saqueado um bocado de areia monazítica da serra de nossa cidade, me ressarciu com a invenção da internet. O Blog foi a solução do meu grande sonho.
ZAN - Como você se sente aí em Curitiba, com os olhos e o coração aqui em Campo Maior, como é essa experiência?
NETTO - O Bitorocara é um campomaiorense nascido em Curitiba há três anos. A saudade foi o combustível que acelerou a imaginação pra que este sonho se realizasse a partir de uma cidade com uma realidade tão distante da nossa, mas que me deu todas as condições de realizá-lo.
ZAN - Quando você percebeu que a experiência de fazer o blog ia tomar o rumo que tomou, esse envolvimento tão grande de tantos campomaiorenses ausentes o visitando diariamente?
NETTO - Alguma coisa sempre me disse que eu teria que realizar este trabalho que muita
gente gostaria, mas não sabia como. Minha experiência em redações de jornais, como
chargista, caricaturista, transportando para o traço o que seria a manchete do dia;
emagências de publicidades como artista gráfico, aliado ao meu gosto por leitura de todo
tipo, principalmente por história, geografia, enfim: era só dar início àquilo que eu tinha
certeza que teria uma grande receptividade.
ZAN - E as brigas que pintaram nos comentários e lhe fizeram moderá-los?
NETTO - Se tivesse sido lá no JenipapoNews (o outro blog da “rede”
BitorocaraBroadcasting...Arre!), por mim, já teria sido iniciado a segunda guerra com algum Fidié do plantão. No Bitorocara, não, a coisa lá é mais melindrada; nós só queremos rememorar nossos costumes, rir dos nossos fuxicos, recordar nossas músicas; mostrar que em dado momento nós erramos; mas não quero que o blog seja o estopim para uma caça às bruxas, ou aos "zé bocosos" da vida atual.
ZAN - Quando esteve aqui nos últimos festejos, o que sentiu das pessoas com quem esteve e da repercussão do blog na cidade?
NETTO - Levei um baita susto! Sinceramente, eu não fazia a menor idéia da dimensão que o sucesso do blog tinha atingido. Escutar falar, andou foi longe do que eu presenciei, logo que botei a cara na rua. Em outra época eu teria parodiado o general Golbery do Couto e Silva quando reconheceu que tinha criado um "monstro" (ditadura, AI-5). Pra felicidade nossa, criamos o "médico"; inventamos uma máquina pra viajar no "túnel do tempo"; e estamos prestes a repercutir encontro de ex-alunos, graças a sugestões que já começam a ser enviadas pelos leitores. E foi aí que eu vi que tinha acertado o alvo, comemorado com chuvas de colaborações para “posts”, vindas de todo canto. Sem deixar de mencionar a grande e valiosa colaboração da família do saudoso Paulo Bona Andrade, na pessoa do Artur, filho do grande e divertido amigo.
ZAN - Na sua opinião, por que algumas pessoas usam o recurso do pseudônimo e do anonimato para ofenderem-se umas às outras (isso antes de você usar a moderação dos comentários)?
NETTO - Comunidade pequena onde todos dependem uns dos outros - nem que não queiram. Total dependência do poder público. E a famosa máxima do Sartre (filósofo francês) que dizia que o “inferno”, pra alguns de nós, é o que as pessoas pensam da gente.
ZAN - Na sua experiência fazendo o blog, qual fato você considera o mais bizarro e estranho, hilário ou chocante, na participação dos visitantes e seus comentários?
NETTO - Por incrível que pareça, o “Sobrenatural de Almeida” ainda não deu as caras em nenhum dos meus blogs... Como leitor! “Seu Hilário” é “xafé” pequeno perto da espontaneidade recheada de bom humor que o campomaiorense traz no seu DNA escrachado. Por fim - e com um pontapé no traseiro do politicamente correto -, tem gente que não considera bizarrice extrapolar nas carícias de amor a uma carente “gobila”. Ainda bem que isso não chega a ser um consenso.
ZAN - Numericamente falando, quantos visitantes em média, vão ao blog, por dia ou mês?
NETTO - Quando era hospedado no UOL, há dois anos, tínhamos um contador de visitas que em momento algum, interferiu no meu intento. Eu sabia que estava no caminho certo e também sabia que na “blogosfera”, diariamente, são criados 170 mil blogs por dia; um blog a cada segundo! E que se eu fosse pensar nisso, não haveria Bitorocara. No atual Blogger, onde estamos hospedados, ainda não consegui ver como isso funciona.
ZAN- Você, além do blog bitorocara, faz outros dois blogs, direcionado a um público diferente do que visita o Bitorocara. O que te dá mais prazer, fazer o Bitorocara ou os outros blogs?
NETTO - A preocupação em alimentar o nosso Abrigo dos Artistas, de modo que não deixe os “véi” carecendo de notícias e imagens do passado, é uma constante. O ego dos “bixins” ficam mais pra riba do que a torre da igreja de Santo Antônio (estou falando do ego!). As “cocotas” ficam exigindo que as fragilizadas cambitas ainda respondam aos passos da “jovem guarda”; mas isso é bom, pra que sintam que viveram numa época que nunca mais se repetirá; que a nossa época, foi única!!!
ZAN - O material fotográfico e de texto que acumulou nesses três anos dá pra pensar em fazer um livro?
NETTO - Vejam só que coisa doida: estou às vésperas de fazer um caminho inverso. Vou coletar material do “mundo virtual” pra fazer um livro de papel impresso! Isso também quer dizer que eu não sou esses velhos como dizem. Farei minha primeira incursão neste estranho mundo do Gutenberg. Esse sim, era só um pouquinho mais velho do que o Zan e o nosso Mundico Belchior, sobreviventes d`A Luta, o jornal do Totó Ribeiro e do doutor Zé Miranda.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ISSO É PROMISCUIDADE POLÍTICA OU É APENAS A CULTURA POLÍTICA LOCAL?



Depois de um mês que a cidade vem assistindo ao espetáculo explicito da reaproximação política de um vereador de um partido supostamente de esquerda e que faz parte da base de sustentação ao governo estadual petista e é considerado de oposição na cidade ao prefeito João Félix, do PPS, como é o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), vem a público no seu site AcesseCampoMaior, o vereador Valdemir de Castro (Bibi), esclarecer que “pertence ao Pc do B e foi aliado do PT nas eleições municipais e não seria obrigado a continuar, que se reelegeu pelo trabalho desenvolvido no seu primeiro mandato e com ajuda dos amigos que mantiveram a sua campanha“ e “que o PT tinha os seus candidatos a vereadores e tinha interesse em elege-los, não fiz se quer parte do mesmo grupo que estavam os vereadores do PT” Aspas agora para o restante do corpo da matéria “Com relação ao seu retorno ao grupo dos Félix, Bibi adiantou que trabalhou com eles por 12 anos, houve o desentendimento político por se achar menosprezado por eles, sofreu muito, mais deu a volta por cima, sempre fez oposição com responsabilidade, criticou e elogiou as ações do prefeito João Félix, que para ele vem fazendo uma boa administração em Campo Maior. Com relação ao PT de Campo Maior, eles são governo a oito anos, nunca deram oportunidade aos partidos aliados, lá tem pessoas boas, mais a maioria são egoístas e arrogantes. Para finalizar o vereador Bibi disse que não foi procurado pelo deputado Paulo Martins(PT) e sim pelo deputado Antônio Félix, por esse motivo não tem satisfação a dar ao grupo do PT e sim ao povo de Campo Maior.” O que eu acho mais chocante nisso tudo é que o PCdoB não se manifesta ou manifestou até hoje, pelo que eu saiba, sobre o assunto, como se não tivesse nada a ver com isso. Com a palavra meus amigos Augusto Pereira Filho e Luis Cadeira...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

RAIMUNDO PEREIRA TENTA A UNIÃO POSSÍVEL


Com um jantar servido à meia noite de ontem no Iate, depois de muita falação, tomou posse da presidência do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores, o economista Raimundo Pereira, prometendo unir o partido em torno das demandas eleitorais deste ano. As facções que disputaram o diretório estavam todas representadas na solenidade, mas notou-se a ausência da professora Ida Paz, que perdeu a disputa na eleição pela presidencia do diretorio municipal. As lideranças do partido na cidade estavan lá: deputado Paulo Martins, vereadores Fernando Miranda e professor Ribinha. O homenageado da noite foi o venerando Luis Eduvirges, que recebeu um diploma de Presidende de Honra do Diretorio Municipal. Luis Eduvirges fez discurso inflamado e conclamou a militância a esquecer as diferenças e se unir em torno de um objetivo comun: ganhar as eleições para governador e presidente da república este ano.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

EU QUERIA...


Eu queria ter a palavra fácil e o verbo rápido dos grandes oradores, a exemplo de João Cláudio Moreno, Professora Avelina Rosa, João Alves Filho e Padre Raimundo, filhos ilustres desta terra de Campo Maior, que com carinho e apreço tão bem retrataram o poeta no dia da sua última viagem... Palavras proferidas com carinho, emoção, sabedoria e mágica, para homenagear aquele que um dia também encantou e decantou com palavras e rimas...

Eu queria ter a coragem e o disprendimento do poeta Cunha Neto, que portando apenas uma pequena mala de viagem, quase sempre uma lata de frito, mas com certeza a sua inseparável caneta e papel para escrever a qualquer momento e em qualquer lugar... Que um dia partiu por este Brasil afora, para divulgar em poesia, em prosa, em verso em rima e verbo, ele que também foi um grande orador, os verdes carnaubais da nossa terra de Campo Maior...

Eu queria ter o espírito desbravador do Cunha Neto, que nascido de família pobre no interior do município de Campo Maior, numa época em era difícil aprender a ler, pois existiam poucas escolas, aprendeu a ler e escrever e logo suas palavras e seus escritos começaram a encantar e alegrar a todos aqueles que foram seus contemporâneos e amigos, alguns inseparáveis amigos, como o saudoso jornalista Ribamar Lopes, seu compadre (meu padrinho). Cunha Neto e Ribamar Lopes, logo estariam partindo para Belém do Pará, terra também muito amada pelo poeta e que dividiu com Campo Maior a sua paixão...

Eu queria ter a simplicidade e a humildade de Cunha Neto, que com uma linguagem rápida e fervorosa não recusava o uso da palavra em qualquer oportunidade que surgisse, em qualquer situação, em qualquer momento ou solenidade, diante de qualquer autoridade e qualquer público. Fosse para homenagear um amigo que estivesse de aniversário, ou que estivesse de partida, ele com toda a certeza estaria ali, prestando o seu tributo...

Eu queria ter a facilidade de comunicação do Cunha Neto, que fazia amizade com criancinhas, com jovens, com idosos, com pobres e com abastados, sem distinção, sem preconceitos sociais ou religiosos. Ele que foi amigo dos amigos, desde os representantes do poder público, dos mais altos cargos, até aquele companheiro de prosa que encontrava no bar para tomar uma gelada, ou simplesmente para prosear...

Eu queria ter o coração grande e bondoso do Cunha Neto, que não deixava um amigo em apuros, se pudesse ajudar de alguma forma. Doando o último trocado do bolso, emprestando um objeto ou simplesmente proferindo uma palavra de conforto diante de uma situação de aflição...

Eu queria ter a fé e a coragem de Dona Ana Cunha, a fiel companheira e dedicada mãe, que silenciosa no sofrimento, mas firme como uma rocha não se deixou abalar pelas dificuldades e pelas amarguras da vida... Nem mesmo quando o poeta partia para suas longas viagens para desbravar com palavras, para criar versos, para fazer amigos... Para mostrar Campo Maior em poesia... Dona Ana estava ali firme, as suas orações e súplicas pediam que o Cunha Neto voltasse são e salvo para os seus braços e para os braços dos seus filhos... E nós (os seus filhos) também estávamos lá... Esperando e rezando!

Eu queria, eu queria mesmo, com toda a dor que sinto no peito, com a alma e o coração magoados pela separação, pedir ao bondoso Deus, Ele que é misericordioso para com os seus filhos, que proteja o Cunha Neto, nesta sua última viagem rumo à casa do Pai. Que as suas fragilidades e faltas durante a caminhada, sejam superados pelas suas virtudes e sua bondade e que a sua alma possa continuar a fazer versos, a encantar com poesia e trovas os anjos e santos do céu, na companhia alegre dos amigos e familiares que o precederam nessa viagem e que um dia nós também trilharemos, pois é o nosso destino...

Eu queria agradecer ao povo de Campo Maior pelo carinho e pela solidariedade com a família do Cunha Neto neste momento difícil... Mas como disse o nosso querido orador (João Claudio): “Saudades sim! Tristeza não!, pois não combina com o poeta”. Vamos ter sempre em nossos corações e na nossa mente, a lembrança do Cunha Neto alegre e divertido, que gostava de contar piadas (anedotas como ele dizia) e alegrar os ambientes por onde estivesse!

Eu queria agradecer a Deus pelo poeta...
Eu queria pedir à Deus pelo poeta...
Eu queria dizer Adeus ao poeta... até algum dia meu pai!



Cunha Filho em 08.02.2010 – (mensagem escrita na madrugada seguinte após o sepultamento do Cunha Neto - o dia seguinte).

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

ALGUMAS CERTEZAS E OUTRAS INCERTEZAS SOBRE AS ELEIÇÕES DE 2010 NO PIAUÍ



Eu não tenho a menor dúvida, com relação à eleição deste ano no Piauí, que:

1) o governador Wellington Dias permanece no seu cargo até o último dia do seu mandato;

2) o candidato do governador e da base aliada será Antonio José Medeiros, do PT;

3) disputar uma das vagas para senador ficará de bom tamanho para o vice-governador Wilson Martins, do PSB, principalmente porque tem enormes chances de ser eleito;

4) a disputa pela outra vaga para o senador poderá ficar de bom tamanho para o deputado federal Marcelo Castro, do PMDB, também porque tem chances de ganhar;

5) o mico fica com o senador João Vicente Claudino, que poderá encontrar aliados para enfrentar toda a base aliada e mais o candidato da oposição, podendo optar por ser vice da chapa da oposição, mas isso ele não quer nem da base aliada, pelo visto... Se chegar ao segundo turno, é muita coisa...

6) se eu sei quem vai ganhar as eleições? Claro que eu sei, mas vocês acham que eu vou dar essa informação de graça assim, sem mais nem pra quê?

7) Porque falo com tanta certeza e convicção de algo que a maioria não arrisca a arriscar? Resposta: não leio jornal de Teresina, não vejo televisão de Teresina, não ouço rádio nem daqui nem China...

Pensem nessas minhas certezas enquanto eu cozinho melhor aqui minhas incertezas sobre as eleições deste ano...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

QUEREM SANGUE, NÉ? LÁ VAI...

OO relato abaixo eu transcrevi da revista Bravo!, último número nas bancas(ZAN)

Mário Bortolotto - "Depois da Queda, Apesar da Dor, Volto ao Trabalho"


Tenho ficado quieto, sozinho. Minha filha possui o dom da invisibilidade. Mesmo dentro de uma quitinete somos dois exilados, respeitando nossos vistos de permanência. Engraçado como cada objeto aqui me remete a algum momento de antes da queda, que é como eu chamo toda a minha história antes do incidente (para quem não sabe, levei três tiros num assalto e quebrei meu braço esquerdo quando caí com o corpo por cima do braço, e agora estou com uma placa de titânio no tal braço e uma dúzia de parafusos semi-assustadores, isso se eu fosse um sujeito um pouco mais impressionável). Eu olho a capa de um LP e lembro que ouvia determinada música num momento em que estava particularmente feliz. Olho o pinguim ao lado do boneco do Mutley e me lembro que o roubei de uma festa em que estava muito bêbado. Quando acordei no dia seguinte, vi aquele pinguim olhando pra mim de maneira amistosa e pensei: "Sempre quis ter um pinguim desses. De onde ele veio?"
Vejo o flyer da peça A Noite Mais Fria do Ano e me lembro dos dias amanhecendo na Praia de Copacabana ao lado da minha amiga Paulinha Cohen e dela completamente bêbada pedindo para que algum atleta matutino acendesse o seu cigarro. Quase repito mentalmente o clichê de que era feliz e não sabia. Naquele tempo, meus dedos no teclado do laptop acompanhavam freneticamente meu raciocínio vertiginoso. Hoje minhas costas doem e me avisam que já é um outro tempo. Já é "depois da queda" e não há como voltar no tempo. Estou ilhado na minha quitinete e tudo é silencioso demais, quase um coma, quase um túmulo. Mas minha filha liga a TV e felizmente esse silêncio desgraçadamente mortal é quebrado ruidosamente. Os amigos ligam e insistem em dizer que o pior já passou. OK, então diz isso pras minhas costas que não param de doer e que não deixam que eu me concentre para escrever esse texto.
Dia desses voltei à Praça Roosevelt, o lugar da queda. Voltei à tarde para tirar algumas fotos de divulgação da nova peça, Música Para Ninar Dinossauros. Passei batido pelo local exato da queda e nem foi intencional. Simplesmente tenho outras preocupações. E é reconfortante ter outras preocupações. Me perguntam se eu não tenho raiva do sujeito que atirou em mim. Pô, é óbvio que eu tenho. Tão me tirando de Jesus Misericordioso? Sempre que eu penso nele, fico com muita raiva e desejo os sete cavaleiros do apocalipse e toda a sétima cavalaria do coronel Custer no pé dele. É que eu não fico perdendo o meu tempo pensando nesse canalha. Prefiro ocupar o meu tempo com algo mais edificante, como os métodos de tortura do personagem Dexter no seriado de TV. Podem ser úteis no futuro.
Por isso passei batido e fui cuidar do meu trabalho, ou seja, da minha vida, já que eu nunca dissociei um do outro. E agora me entrego ao trabalho, apesar da dor e de todas as limitações. Dia 18 de março, estreio no Festival de Curitiba meu novo espetáculo, totalmente gestado num momento de renascimento e dor quase constante. Entendam que insisto nisso porque, no momento em que estou escrevendo este texto, minhas costas imploram por uma massagista nórdica com mãos santificadas. Música Para Ninar Dinossauros é meu cartão de boas-vindas, uma espécie de prefácio para o restante da minha obra, ou seja, a obra que por pouco não foi.
Os médicos dizem que se eu demorasse mais dez minutos pra ancorar meu navio fantasma na Santa Casa, em São Paulo, hoje estaria bebendo meu bourbon em algum sagrado boteco do céu. Sim, porque podem ter certeza de que eu vou pra lá. Sou um cara bacana. Meia dúzia de amigos facilmente corrompíveis podem atestar isso. Então fica assim: Música Para Ninar Dinossauros é meu epitáfio que não deu certo. Apesar da linguagem grosseira que meus personagens costumam usar sem nenhuma espécie de economia, e que costuma irritar meus críticos mais pudicos, toda a cruel poesia está lá estampada na monumental melancolia dos meus personagens de meia-idade, que são de uma geração que nasceu numa espécie de limbo e que demorou demais pra colocar a cabeça pra fora do casco da tartaruga.
Convidei dois grandes amigos meus para entrarem comigo nesse balde que deve descer ao fundo do poço e não voltar: Lourenço Mutarelli e Paulo de Tharso. Difícil imaginar o espetáculo sem os dois como companheiros nessa estrada para o inferno. Convidei também três jovens e ótimos atores, que terão a ingrata tarefa de representar os nossos três personagens 20 anos antes, e mais seis lindas e ótimas atrizes, porque ninguém merece ficar uma hora e 20 minutos olhando pra fuça de seis marmanjos mal-ajambrados.
O que eu quero dizer é que, apesar de todas as dores, todas as limitações e todo o cinismo que continua incompreendido, é possível se divertir, se emocionar e ainda alimentar nossa necessária cota de raiva diária. Eu dou as boas-vindas à minha nova vida. Espero que alguém apareça sereno como numa abertura de um filme do Sergio Leone e brinde comigo. Pela espuma que tá caindo, meu copo tá cheio de cerveja. E o seu?
Mário Bortolotto é dramaturgo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

E O MEMORIAL NÃO SAI DO PAPEL...


E O MEMORIAL NÃO SAI DO PAPEL...

Recebo um e-mail de um cidadão que se denomina Siro Siris, que eu conheci recentemente em Teresina e que me diz o que já tinha me dito pessoalmente: foi nomeado para o Conselho do Memorial na condição de presidente da Federação de Teatro Amador do Piauí (FETAPI), tendo como suplente nosso amigo José Nazareno. Em duas oportunidade tentei conversar e obter informações sobre o Memorial: uma com o governador Wellington Dias, quanto ele veio inaugurar obras na região de Boqueirão, semanas atrás, e com o Secretário de Educação e Cultura, Antonio José Medeiros, quando da recente passeata dos militantes do PT na cidade em comemoração aos 30 anos de fundação do Partido. A impressão que eu tenho depois desses contatos, falando francamente, é de que a construção do Memorial não é prioridade de governo ou diria até mesmo que não há um interesse maior nem do Governador, nem do Secretário e muito menos da FUNDAC, em tirar a coisa do papel. Lembram daquele personagem do Jô Soares, nos anos 80? Pois é: TÁ TODO MUNDO ENROLANDO...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

QUAL A DIFERENÇA ENTRE UM HOMEM BOMBA E UM HOMEM DA BOMBA?


No Oriente Médio e imediações volta e meia alguém se explode e leva junto um punhado de gente. A cultura do desespero e do fundamentalismo religioso que promete benesses celestiais a quem se sacrifica em nome de um ideal religioso está por trás disso. O mundo se estremece todo com a possibilidade de que gente com essas idéias explosivas na cabeça passe a manusear as armas letais que ele “mundo” acha que deve deter o privilégio de tê-las estocadas para usar em algum momento. Essa tortuosa lógica não convence quem acha que precisa se proteger com o mesmo raciocínio da Guerra Fria (alguém aí ainda se lembra disso?): “quero ter ou demonstrar ter a mesma capacidade de retaliar que os meus “mui” amigos que querem me destruir...” Moral da história: essa não é uma história propriamente moral...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

MORREU O MAIOR POETA POPULAR DE CAMPO MAIOR


Eu devia ter meus sete ou oito anos e ouvi alguém ler ali onde meu pai tinha uma mercearia, um armazém atacadista, na esquina das ruas Siqueira Campos e senador José Euzébio, um livro de poemas falando de pessoas de Campo Maior, pessoas que eu conhecia, meu pai, empregados de meu pai, Seu Augusto Pereira, Nonatim da Irá e outros... Pela primeira vez na vida ouvia alguém ler alguma coisa falando de pessoas que eu conhecia.. Não me lembro se eu já sabia ler, acho que não... Essas lembranças vão morrer comigo... De quem eram esses poemas? Do maior poeta popular que a cidade já teve, José Cunha Neto... Morreu ontem, por volta da meia noite. Fiquei sabendo por um portal da cidade. Corri na casa dele e lá encontrei minha amiga Ana Maria Cunha, sua mãe Da. Ana Cunha e seu filho (meu ex-colega de BB, José Cunha Filho) e a casa cheia de gente. Fiquei o dia por conta disso, sessão solene na Câmara dos Vereadores (Zé Cunha foi vereador em dois mandatos) e depois missa de corpo presente na catedral e por fim, o sepultamento no povoado Chumbinho, na zona rural do município, onde a maioria de seus parentes também está enterrada. ZéCunha vinha com depressão há mais de um ano, tinha perdido a alegria de viver. Teve a morte digna de um poeta.

ENQUANTO ISSO EM BRASÍLIA...


O relato abaixo é do cãorrespondente do blog no Distrito Federal, um tal de deixa o nome dele pra lá porque o cara é, nas horas vagas, funcionário do GDF e como a audiência do blog em Brasília é indecente, é melhor preservá-lo de retaliações desesperadas...
“No governo do DF, o competente Kid Calvo lida diretamente com as verbas de publicidade, entrega um saco-de-pipocas...Kid Picareta teria surrupiado o manuscrito na mesa de Kid Calvo, o esforçado.Kid Pilantra desmente —recebi das mãos de Kid Calvo. Puxaram-lhe a cadeira e caiu de quatro. Era 'mané' mesmo. Kid Caolho de olho nas verbas de publicidade bota logo a boca no Globo: — foi do meu celular que Sombra e Água Fresca falou com Kid Calvo! Em frente às masmorras doLegislativo onde escoiceiam o povo, quatro homens do Estado de Geórgia cafungados são grampeados, no inquérito eles agiram à mando de KidSimão, o ex-atual homem forte de Kid Calvo que queria saber com Kid Noblat conseguia sair sempre na frente. Kid Xerife interrompe atradiconal pelada de fim-de-semana para decidir se algemam primeiro aesquerda? Kid Caralho com reduzido número de neurônios ordena defendam Kid Calvo no Jornal Capital.Kid Piolhento, o funcionário público acha graça e vê mal nenhum — Eles vão nos dar 40 horas!”

sábado, 6 de fevereiro de 2010

VIREI RADIALISTA...

A convite do meu amigo Edilson da Costa Araújo, da Fundação Cultural Professora Ludetana Araújo, estou fazendo um programa diário na Rádio Carnaúba FM desta cidade, no horário de 11 às 12 horas da manhã, de segunda a sábado. Já fiz dois programas, ontem e hoje. O programa pode ser ouvido e assistido (por quem tem webcam acoplada no computador) pela internet, no endereço http://www.radiocarnaubafm.com/. No rádio, a sintonia é feita na posição de 99,5 Mgh. Comento notícias do dia a dia da cidade, do estado, do país e do mundo e faço entrevistas. A maravilhosa arte acima é do meu irmãozinho Netto de Deus, claro...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PT COMEMORA NAS RUAS 30 ANOS DE EXISTÊNCIA




Com uma Caravana da Cidadania que tem passado pelos municípios do Território dos Carnaubais, o Partido dos Trabalhadores desfilou suas bandeiras e lideranças pelas ruas da cidade de Campo Maior. nesta manhã ensolarada de segunda feira, para comemorar os 30 anos de fundação do partido no dia 10 de fevereiro. Secretários de governos, deputados federais e estaduais, vereadores e lideranças como Luis Eduvirges, que usou da palavra para lembrar antigos militantes do partido, pessoas como um certo ex-bancário do Banco do Brasil, Zeferino Alves Neto. O tempo passa e as pessos não lembram que no passado algumas pessoas que plantaram as sementes que hoje dão frutos, precisam ser lembradas, por uma questão de justiça, senão por outras, como José Gregório Medeiros, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e e Luis Edite, outra liderança da classe trabalhadora, e que foi fundador do partido na cidade.

A PEDRA FUNDAMENTAL DO MEMORIAL


A pedra fundamental do Memorial da Cultura e História da cidade foi lançada sábado passado em solenidade pública no local onde serão colocadas 16 placas alusivas a fatos importantes da história da cidade, na praça Bona Primo. A solenidade foi presidida pelo prefeito municipal João Félix Andrade Filho e contou com as presenças dos ex-prefeitos Jaime da Paz e Raimundo Nonato Monteiro de Santana e teve como mestre de cerimônias os escritor João Alves Filho, presidente da Academia de Letras e Artes de Campo Maior.
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