Entrevistei o prefeito Edivaldo Lima agora de manhã sobre a situação que ele encontrou na Prefeitura de Campo Maior. Transcrevo abaixo trechos dest a entrevista:
Pergunta – Prefeito, qual a verdadeira situação em que o senhor encontrou a prefeitura de Campo Maior?
Edivaldo Lima – Meu amigo, é lamentável lhe dizer que assumimos a prefeitura numa situação de calamidade pública em todos os setores, financeiro, administrativo, patrimonial, institucional. Não esperávamos encontrar essa situação, sabíamos que o município de Campo Maior tem muitas dificuldades. Como presidente da Câmara Municipal sabia muito disso, a prova disso é que sempre procurei o ex-prefeito para alertá-lo de algumas coisas. Infelizmente eu não tinha acesso, eu não tinha poder de decisão, eu não era ouvido, não era chamado pra nada, de forma que, hoje, assumindo a prefeitura, eu pude perceber a gravidade que é se administrar uma coisa do jeito que está. Só pra você ter uma idéia, ontem eu fui a Teresina para desbloquear o FPM que estava bloqueado por falta de pagamento...
Pergunta - ...pagamento de quê?
Edivaldo Lima - ... pagamento do PASEP...
Pergunta - ...do PASEP?
Edivaldo Lima - ...do PASEP... Então a Super Receita, se você não pagar os encargos sociais, o PASEP, o INSS, ela bloqueia automaticamente o Fundo de Participação dos Municípios...
Pergunta – Esse valor foi quanto?
EDIVALDO LIMA – O valor bloqueado foi todo o Fundo de Participação, que era um montante de 600 e poucos mil reais, depois de tirada a parte da educação e da saúde, ficou um líquido de 280 mil reais... nós temos uma folha de pagamento astronômica, o dinheiro que está disponibilizado no Banco do Brasil, eu não sei nem o que fazer, porque se nós temos uma dívida de folha de pagamento de funcionários de mais de um milhão de reais, só da parte administrativa, como é que eu vou pagamento um milhão de reais com 280 mil reais... então eu quero que a população entenda que a coisa está desandada, o ex-prefeito disse numa rádio que deixou dinheiro aí pra pagar o 13º... é mentira, não ficou nada, sacaram tudo... eu tenho extratos bancários em mãos que provam que houve saques, que todas as contas estão todas zeradas, sem nenhum centavo, contra fatos não há argumentos...
Pergunta – Entrou quanto este mês?
Edivaldo Lima – Nós temos um levantamento de que no dia 10 entrou mais de um milhão de reais, eu não posso afirmar, completamente, porque eu só falo em cima de fatos concretos mas eu vou pegar todo o levantamento, já solicitei da Caixa Econômica e do Banco do Brasil os extratos até o dia em que o ex-prefeito ficou à frente da administração do município e daí pra frente nós vamos ter a nossa posição a partir da data que entramos... Então essa história de querer jogar para a platéia, acabou, nós não podemos estar dizendo que a coisa ta bonitinha, que ficou dinheiro que o prefeito não paga se não quiser... até cheque sem fundos apareceu, estamos recebendo um cheque sem fundo, do Fundo Municipal da Saúde, devolvido por falta de fundos, isto é muito grave... então, eu não quer aqui fazer caça às bruxas, eu quero dizer é a verdade porque a verdade sempre prevalece, lamentavelmente isso aconteceu, não esperava que isso acontecesse, mas não foi por falta de aviso não, é porque se brincava com a coisa pública... Só pras pessoas terem uma idéia, o Inss da prefeitura é em torno de 250 mil reais/mês, porque é obrigação se pagar o Inss, a prefeitura recolhia 30 mil reais, então se pagar 250 mil com 30 mil reais, não dá... então o que é que aconteceu, gerou uma dívida, ao longo de seis anos, em torno de 12 milhões de reais...Essa dívida foi renegociada, mas não quer dizer que foi paga, ela está aí...
Pergunta – O senhor acha que a prefeitura vai ter condição de pagar os atrasados dos funcionários e a dívida com os fornecedores?
Edivaldo Lima – Esse é o nosso empenho... mas até tomarmos pé da situação real das contas, do quanto entrou e está disponível para honrarmos os compromissos da prefeitura, não podemos dizer nada sobre isso sem base...
Pergunta – Sr. Prefeito, esta situação da prefeitura, como foi recebida pelo Sr. Acontece em meio a uma campanha para prefeito em aproximadamente 30 a 40 dias. Isso tudo vai entrar nas discussões que acontecerão nessa campanha?
Edivaldo Lima – Sem dúvida que sim, porque as pessoas que deixaram a prefeitura nessa situação em que a encontramos, vão ter interesses nessa eleição... E vai ser a oportunidade de o povo reagir aos desmandos e malversação de recursos públicos que viraram rotina nesses últimos seis anos...
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