Acho que comecei a me interessar por política quando minha família migrou para Pernambuco no início dos anos 60. Lá chegando o prefeito de Recife era um certo cearense de nome Miguel Arraes, que logo depois seria governador do estado. Dois anos depois inimigos do povo, fardados e em nome da pátria, tiravam do povo o direito de terem seus representante os representando e transformaram isso numa longa noite de trevas e rangeres de dente que durou vinte anos. Sofri na pele junto com amigos o medo da perseguição, entrincheirado na leitura de jornais censurados e falidos pela ação desses algozes que ainda hoje estão por aí arrotando ressentimentos que a gente sabe muito bem o que é. Tudo o que a gente viu nessa campanha de mentiras e engodos, trapaças e enganações, é uma pequena amostra do que os inimigos do povo dessa nação, nos estertores de um processo de desmascaramento público próximos do desespero, praticam politicamente desde quando o povo, lá pelos idos do anos 30, paulatina e tenazmente, vem tomando as rédeas do poder de decidir o que lhe interessa e convêm. Amanhã, quando estivermos comemorando nas ruas essa vitória estupenda de um povo sofrido e humilhado por séculos de opressão, estaremos com a alma lavada pelas lágrimas da alegria de vivermos um momento em que se consolida um processo de tomada de poder pelo povo para ser exercido em seu nome, dentro de regras claras e decididas pela própria sociedade como um todo. Claro que isso é só uma batalha a mais que teremos vencido. Segunda feira os inimigos do povo deste país estarão nas sombras urdindo armadilhas para atrapalhar os que o povo decidiu para lhes representar de fato e de direito, para libertá-lo da pobreza, da miséria, da mentira, da violência e do desespero. Como diziam os companheiros que tombaram como mártires dessa luta, arranquemos do peito a palavra de ordem do momento, que não ousa calar, da boca de um quase velhinho que ainda tem o entusiasmo daquele garoto de 16 anos que se encantou com Miguel Arraes nos longinguos anos 60: CONTRA OS GOLPISMOS DE OCASIÃO, O INFALÍVEL GOLPE POPULAR DO VOTO NAS URNAS...
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