quinta-feira, 14 de outubro de 2010

FALA, ZÉ MIRANDA...


 
Em resposta a comentários feitos por mim e outra pessoa, ZéMiranda me mandou dois comentários que eu transcrevo aqui em respeito a minha amizade e respeito por ele, no fundo, nossas divergências não são insuperáveis, confesso, em razão de a matéria já ter saído da tela inicial, por ter sido postada há algum tempo... O TÍTULO DA MATÉRIA É:”A ONDA VERMELHA CHEGA A CAMPO MAIOR”, confiram lá...  

A revolução militar de 1964 se deu sob a justificativa de que fosse introduzido, em nosso país, o regime comunista. Ela, sem dúvida, como em qualquer regime ditatorial, foi dura. Não estou me posicionando na defesa daqueles que seguiram o caminho da “direita”. Sabe-se das práticas repudiáveis perpetradas pela revolução de Getúlio Vargas e pelo golpe de Castelo Branco e outros altos oficiais. Mas não se pode condenar apenas os movimentos de direita. Em nome da imparcialidade, indago-lhes que atrocidades foram cometidas, em nome do fortalecimento do regime, na Cuba de Fidel Castro, na Rússia, que, violentamente, transformou-se na União Soviética de Stalin, na China de Mão Tse-tung? Crueldades que apavoravam tanto os brasileiros, a ponto de se aliarem, em sua imensurável maioria, aos revolucionários de 64?
Minha imparcialidade na política brasileira deve-se ao meu desencanto com ela. Todos se envolvem com o condenável; prometem infundadamente, deixam de cumprir seus manuais, dissimulam, mentem... É o meu pensamento, Pinuca. Mencionou meus interesses egoísticos, de modo indiferente que eu seria aos ansiados pela coletividade. Como afirmei claramente, em palavras anteriores, aí por cima, nenhum eleito teria atendido minhas necessidades próprias, e, em razão disto, me tornado distante da definição de votar; não é o que o primo-irmão salientou? Acontece que meus próprios interesses – eu disse claramente ali – compartilham com os do povo brasileiro, como um de seus membros. Sejam os melhores favorecidos, sejam os menos. Eu, inserido na massa, tanto quanto ela, necessito de programas de saúde, de educação, de segurança, de transporte coletivo, tudo de qualidade, evidentemente. Como todos. Por que os que têm um pouco mais continuam a pagar colégios e planos de saúde caros? Quando esta classe e a dos menores já poderiam contar com serviços públicos convenientes? Por que eu e os de classe menos favorecida ainda vivemos tomados de medo ao sairmos de casa e, até, de permanecermos no interior delas, ou ficamos acordados de madrugada quando entes queridos estão na rua participando de algum lazer? Por que, pela redução da poluição e pelas dificuldades do trânsito, proprietários de automóveis – e boa vontade –não preferem deixá-los em suas garagens?
Não se trata da minha parte, portanto, de olhar o próprio umbigo.

Será, realmente, que ainda existam pessoas estrebuxando (o comentarista não quis escrever "estrebuchando", para que possamos compreendê-lo melhor?)em favor de ditaduras no Brasil? Não acredito. Lula, Dilma, Betinho, artistas vários, membros das ligas camponesas (Campo Maior foi o centro delas; como sempre, é berço de homens valentes!), como também FHC, Serra, etc., estrebucharam para eliminar a ditadura mais recente. Causa-me espanto, porém, que líderes de nações sul-americanas mantenham relações (não diplomáticas, mas de estreita amizade e, quiçá, de admiração) com líderes como Hugo Chavez, que, de forma dissimulada, pretende manter-se indefinidamente na presidência da Venezuela, utilizando-se de "eleições, plebiscitos, referendos" não muito claros, democráticos, violentando as oposições, amordaçando a imprensa que não comunga dos "ideais" que o conduziram a uma tal revolução bolivariana - um tapa no espírito do grande Bolívar, justamente o libertador de uma terrível opressão, a espanhola, na América do Sul. O que, porém, evidencia-se é seu propósito de criar um novo regime ditatorial em solo americano. Se é de esquerda, ou mesmo que fosse de direita, não mais nos interessa. Está sumamente comprovado que nenhum regime de força é o melhor. A prova é que, salvo em Cuba e na Coreia do Norte (na China, a história nos conta que o regime se acha "frouxinho", demonstrando forte tendência para as oportunidades vantajosas oferecidas pelo capitalismo "selvagem"), o paraíso comunista desabou.
Não há ninguém aqui estrebuchando por alguma coisa. A insinuação não cabe.

12 comentários:

  1. Fala mais garoto Tyago.
    Mais lúcido impossível.
    Nem tudo está perdido.
    Nossa nova juventude.
    Com alienação, forró, game e tudo mais que não valha.

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  2. Tyago Moura - de Teresina, Renasceça14 de outubro de 2010 às 07:46

    Seu Zan, vai chegar aí no e-mail do grande batalhador deste blog, uma matéria sobre a bomba da descoberta de onde parte a maioria dos excrementos do esgoto da baixaria da campanha do VAMPIRO. É QUENTE e é do grande repórter Azenha aquele que sabe das tripas da Globo e dessa gente que quer ver novamente os pobres cada vez mais miseráveis.
    Analise aí ex professor do meu falecido pai.

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  3. Gente, vamos maneirar com os ataques pessoaias contra quem quer que seja... Não vamos reproduzir, nós, o que criticamos nos outros...

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  4. O tempo, ontem, foi curto, não tendo me permitido completar opinião sobre o comentário do ZAN, na sua matéria A ONDA VERMELHA CHEGA A CAMPO MAIOR. A estima é grande, não pretendendo eu convergir para uma discussão; nem pensar, ora, Senhor!
    Aqui se tem ventilado acerca de convicções. Por isso é que registro que, precisamente hoje(pois se deu às 4 horas da madrugada de 14 de outubro de 1994, em Teresina), já decorreram 16 anos, desde que meu pai - José Rodrigues de Miranda - partiu desta. Exemplo de caráter forte, teimoso por excelência. Política fervendo nos vasos e nas artérias. Iniciou no Partido Social Democrata (PSD), pois que tinha como um dos líderes o seu pai, Major Lula. Com o falecimento deste, engajou-se no ideal udenista (União Democrática Nacional), embora afrontando a família. Posteriormente, tomou o caminho do jornalismo combativo, sem medo. Registro, com alguma mágoa, que, até hoje, não tenha recebido o reconhecimento das administrações municipais, decerto por haver sido um homem simples, que não gostava de frequentar os salões dos clubes sociais, preferindo as companhias dos amigos de mercados públicos, quitandas e bares da Rua Santo Antônio. Por isso mesmo, apesar de cirurgião-dentista formado (como popularmente se diz), era chamado de "Seu Zé". Mas vamos deixar de carpiduras.
    O ZAN, carinhosamente, deu grau de postagem aos meus modestos comentários. E, novamente, divulga minha singular aparência de sexagenário, ao lado de um dos primos que mais prezo, da minha faixa etária, Luís Francisco de Miranda. Recordo que, em nossos debates da época de juventude, ele dizia que eu era excessivamente teimoso (como o pai?); "quando o Zé Filho afirma que pau é pedra, ninguém se atreva...". A fotografia é no restaurante (self-service), que ele mantém com o genro em Campo Maior.

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  5. O ZAN comentou: "A questão do reconhecimento da desimportância de se votar passa pela idéia equivocada de que o melhor regime político é o de que se paute na idéia de que não tem que ter eleição e que alguém indique os mandatários como se fez na época em que o seu (dirigindo-se a mim) avô Lula Miranda foi nomeado interventor da cidade, nos anos 30, pelo ditador Getúlio Vargas. Nem a ditadura militar foi tão cruel com o povo como Getúlio, porque durante os 24 anos em que ela durou houve eleições para prefeito municipal".
    Vejamos alguns aspectos. A ditadura getulista foi mais dura apenas por não permitir, ao menos, eleições para o cargo de prefeito? Aqui não há o mérito da força, da obstinada perseguição aos adversários do regime. Pois bem. O regime militar introduzido no Brasil a partir de 1964 oportunizou ao povo eleger, pelo menos, seu mandatário municipal. O que vimos, porém, foi que, apesar das disputas locais, os candidatos, com exceção de um, que se aventurava a concorrer em nome da verdadeira oposição ao regime, isto é, pelo antigo MDB, eram alinhados aos generais, sob única sigla, dividida em Arena 1, Arena 2, Arena... Daí a tal permissão dos pequenos à pretensão de serem prefeito, vereador. Não sendo favorável, de forma nenhuma, a ditaduras, dou-me, porém, o direito de não mais querer votar; tão-somente eis a questão. Quem sabe, em casos excepcionais... te aventura, ZAN, por exemplo, a concorrer à vereança, que terá garantido meu voto. É o tal interesse próprio?!

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  6. O comentário do Pinuca sobre o meu apresentou um pequeno lapso. Vai-me desculpando se faço a ressalva. O ZAN disse logo aí em cima (aspeei seu comentário) que o Major Lula Miranda teria sido nomeado interventor municipal, nos anos 30, pelo ditador Getúlio Vargas. Sabe-se do cargo de interventor federal (criado na ditadura Vargas) a nível do nosso conhecido cargo de governador. Na verdade, no município foi instituído (no mesmo regime) o cargo de prefeito, mesmo nomeado. O presidente (ditatorial) nomeava o interventor federal (nos estados), que, por sua vez, nomeava o prefeitos municipais. Getúlio não nomeou interventor municipal, nem prefeito. Nos anos 30, o prefeito foi o conterrâneo e amigo da família do ZAN, Cel. Francisco Alves Cavalcante (Cel. Chico Alves), natural de Batalha, tendo fixado residência em Campo Maior, onde alcançou prestígio político. Frise-se, por oportuno, ele se destacou como um dos melhores prefeitos da nossa história. Segundo Octacílio Eulálio, o primeiro prefeito da "redenção" campomaiorense; o segundo teria sido o Prof. Raimundinho Andrade. Cel. Chico Alves, prefeito nomeado, não lhe tendo sido necessário a eleição popular para realizar com sucesso sua missão. Seu primeiro mandato foi de 5/10/1930 a 22/3/1936 (nomeado certamente pelo interventor federal Humberto de Area Leão ou, na dúvida, por Landri Sales) o o segundo, de 1938 a 1942 (nomeado pelo interventor federal Leônidas de Castro Melo); não me ocorrendo, no momento, os meses.
    O cargo de intendente, que equivale ao do atual prefeito, vem da monarquia e foi preservado na república, talvez em formatos diferentes. A Constituição republicana de 1891 (a primeira, pois) instituiu o voto universal, apesar de não contemplar todas as pessoas; não podiam votar mulheres, religiosos, soldados, analfabetos, mendigos. O voto era aberto e, por isso, tolhida a liberdade do eleitor. Convenhamos que candidatos tenham sido beneficiados desse modo. Então, os historiadores citam os intendentes como tendo sido eleitos e não como nomeados, indicados.
    Durante o longo exercício de Luiz Rodrigues de Miranda (Major Lula), não era Getúlio o governante supremo. Mas os três seguintes: Epitácio da Silva Pessoa (28/7/1919 a 15/11/1922), Artur da Silva Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926) e Washington Luís Pereira de Sousa (15/11/1926 a sua deposição pela revolução de 1930). Agora vejamos. Em 6/4/1914, Lula foi eleito vice-intendente juntamente com o intendente Vicente Pacheco, em decorrência da morte do intendente Cel. Emydio Genuíno de Oliveira. Para o período de 1921 a 1924, elegeu-se vice-intendente, juntamente com Antônio da Costa Araújo Filho, que, não tendo assumido o cargo, foi substituído pelo Major Lula. E, finalmente, eleito como intendente, governou de 1924 a 1928. Faleceu investido no mandato de vereador em 1947. Conclui-se que jamais foi nomeado a cargo político, muito menos exerceu mandato em regime de exceção.

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  7. Zé Miranda, companheiro de luta do saudoso Jornal A Luta, nos reencontramos ano passado nos festejos do glorioso Santo Antonio após treis décadas. O tempo nos tranforma, jamais reconhecerias o meu competente professor de Química Luis Francisco lá no Colégio Estadual anos de ouro 70. O tempo é a vulnerabilidade do ser vivo a transformação.

    Um abraço aos dois.

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  8. Seu Zé Miranda pode ficar a vontade aqui no blog, é que me disseram que você é muito amigo do dono e aí fica difícil esternar o que nós jovens estudantes, sem religiosidade e sem seus parentes mais próximos(como o ópio, maconha, cocaína etc. E também não somos alienados e repudiamos este eterno pensamento conservador retrógado, enfim, a chaga mal fechada de tudo de ruim que a REVOLUÇÃO DE VOCÊS FIZERAM. E para acabar de esquartejar, tem a religiosidade decadente de quem se ajoelha nos pés de estátuas em igreja pedindo milagres, tal e qual os falsos políticos e os gorilões generais compactuados com os vampiros de branco e preto de Roma..
    E depois reclamam porque a Dilma parou de crescer
    e o Vampiro pai de todas as imoralidades e mazelas contra o Brasil, ainda está vivinho disputando pau a pau a possibilidade de vitória por causa de blá blá blá como estes da tira intercalada de comentários inúteis do Zé Miranda frente a situação perigosíssima em que se encontra o povo brasileiro.
    Parei por aqui e pode crer, tem uma imensa juventude amiga que fica comigo. Fiquem a vontade trocando medalhas de santinhos e saudosísmo de um passado cruel e de escuridão.
    Pra quem reclama de mudanças, nos decepcionamos.

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    1. Mudanças para pior são os objetos das tragédias, tais quais aquelas que crescem diariamente nos informes dos jornais dos mensalões, dos incêndios, da corrupção e do tráfico de drogas que invadiram esta terra. Quem não vê, melhor seria ir plantar batata, mas se a chuva já não quer mais o Nordeste, o que fazer? Criar...uma vergonha de tudo isso!

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  10. Thyago, desculpa a franqueza, meu garoto, mas seu pai deve ter-lhe dado mais educação do que vc. tem demonstrado por aqui... Aprenda e exercite mais aceitar as pessoas que não pensam exatamente como você... Fique a vontade para não aparecer mais, vc. e seus amigos, aqui a gente tem mais o que fazer do que ficar excluindo seus comentários insultuosos... Juventude não nos dá o direito de ficar distratando os mais velhos, já pensou nisso?

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  11. Pela lógica da vida, os mais velhos são os que devem dar cascudos nos mais jovens, especialmente nos cabeças-duras. Aos mais moços cabe respeitar os mais velhos. Chego a supor que, na família desse Thyago, não hajam pessoas idosas. Decerto, o pai dele, que aprendeu muita matemática com o mestre ZAN, tenha, infelizmente, falecido antes de atingir essa faixa etárea, e a mãe, ainda uma viúva nova. Os tios, avós, bisavós, então...! Sem desejar ofender a nobre família dele, são de uma precocidade incrível. Ele mesmo, certamente, não terá a alegria de festejar sua entrada entre os sessentões.
    Esse Thyago, claramente, soletra as palavras; não as entende nadinha. Acusando, da forma como me acusa, não compreendeu bulhufas os meus comentários.
    Mas tudo bem, porque, na verdade, não desejo prosseguir trocando verbos com um bebê de fraldas. Estou querendo mesmo é retribuir o abraço do amigo Horácio. Digo-lhe que, embora sem o jornal A Luta, nem veículo de comunicação nenhum, apenas os blogs dos amigos,a gente continua lutando, porque esta vida é só luta. E os enfrentamentos, nas atividades quotidianas, são os mais diversos. O professor Luís Francisco, aposentado, agora se exercita na atividade de vender comida, juntamente com o genro português. Quando estiver com ele, transmito teu abraço.
    A propósito d'A Luta, citada pelo Horácio, agora me dirijo ao amigo João de Deus, acerca de um pedido que me fez noutra matéria deste blog. João, não tenho como te enviar o obituário do A Luta. São muitos anos decorridos, e, por incrível que nos pareça, a única coleção completa do jornal (uma coleção parcial que eu possuía foi destruída por cupins) pertence ao museu do Professor Assis, doada pela viúva do Octacílio Eulálio. Desse modo, quem tem condições de preparar um editorial sobre o assunto é o nosso ZAN, que se acha mais próximo ao Assis. Sinto muito por não poder atender ao amigo.

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