Na última reunião da Comissão Política Nacional realizada no dia 8 de outubro em São Paulo iniciamos a avaliação da participação dos comunistas no grande embate político que se travou em nosso país nestas eleições de 2010, e também preparamos o Partido para enfrentar e vencer, ao lado das forças aliadas, o segundo turno das eleições presidenciais e de nove governos estaduais. Nesta reunião fiz a seguinte análise da situação:
Já estamos no curso do embate político do segundo turno das eleições de 2010 para a presidência da República, e para o governo de nove Estados. No que se refere às eleições presidenciais, poder-se-ia perguntar por que a eleição que até quase o final de setembro poderia ser definida no primeiro turno, acabou tendo seu desfecho adiado para o segundo turno?
Antes de tudo é preciso dizer que Dilma venceu o primeiro turno com quase 47% dos votos válidos. A nossa alian ça chegou perto de 70% das cadeiras da Câmara dos Deputados e mais de 70% no Senado Federal. Alcançamos uma mudança qualitativa na correlação de forças no Congresso Nacional abrindo a possibilidade de aprovar mudanças constitucionais pela base governamental.
Neste primeiro turno, nossa candidata sai em primeiro lugar porque a marcha da campanha é definida pelo forte apoio de Luiz Inácio Lula da Silva a Dilma Rousseff, a defesa da gestão vitoriosa comparando-a com a de FHC e a apresentação de Dilma como a 2ª pessoa mais importante do Governo. A candidata projetou a continuidade e o avanço do seu governo. Estes fatores essenciais progressivamente (apesar da torcida contra da grande mídia – de que ¨não haveria transferência de voto”) foram fortalecendo a candidata Dilma. O seu crescimento se destacou com o inicio do período do programa de TV e rádio.
Uma segunda fase da campanha de desenrola diante do forte crescimento da candidatu ra Dilma. Surpresa, a oposição e seu imenso braço midiático perderam o rumo – Serra ¨lulista¨ se desorienta sem saber se morde ou assopra. Desesperado em face da queda da candidatura de Serra, esse sistema oposicionista adota a tática do vale-tudo. Inicia uma verdadeira “guerra política” suja e rasteira, por meio de campanhas sórdidas de calúnias e mentiras.
Esta fase de ataques à Dilma e ao governo Lula no acompanhamento das pesquisas internas demonstrou: estancamento do crescimento da candidatura de Dilma pela exploração do episódio do sigilo fiscal (filha do candidato José Serra); perdas de pontos no auge da demissão de Erenice Guerra e, no final da campanha, com a exploração demagógica e obscurantista da temática do aborto e da manipulação da questão religiosa -- assuntos caros ao nosso povo -- através de ampla campanha, inclusive na internet.
O comando da campanha de Dilma subestimou essas investidas rasteiras. O progr ama de TV da campanha Dilma adotou posição olímpica, no final da campanha, ficou de fora do curso político-eleitoral. A campanha ficou sem nitidez programática. O programa de governo não foi sequer divulgado. Despolitizada a campanha, os grandes temas do projeto de desenvolvimento nacional ficaram de fora, facilitando mais ainda o ataque calunioso à candidatura Dilma. O comando da campanha fixo em Serra, não percebeu que a nossa perda de pontos reforçava o ascenso de Marina, que passou a ser o escoadouro da migração dos votos perdidos por Dilma, permitindo o segundo turno.
As tarefas e os desafios do embate político-eleitoral do segundo turno
É uma luta que continua sob novas condições. A polarização é mais nítida e requer um grande esforço de discutir e comparar programas, prioridades e planos, fechando o caminho para diversão temática e as investidas moralistas e caluniosas contra a candidatura Dilma. Radicalizar sim, na defesa p rogramática. Programa de governo que expresse a posição da coligação que sustenta a candidatura Dilma, e não o programa de um só Partido (PT), como a mídia quer acentuar.
É preciso trabalhar com um Manifesto imediato da coligação que responda a necessidade de comparar programas e as práticas dos governos de FHC e de Lula; responda com altivez a sórdida investida caluniosa e moralista da oposição; mobilize nossas forças para a luta.
Dilma é a candidata favorita, venceu amplamente o 1º turno, como aconteceu com Lula em 2006. A oposição quer fazer crer que saímos derrotados e eles vitoriosos. Como também em 2006.
Mas se nós reafirmarmos e avançarmos no programa concreto que vem sendo aplicado, que levou o Brasil a ocupar seu lugar de Nação respeitada no contexto mundial, e permitiu elevar a qualidade de vida e cidadania do povo, levando o povo a depositar grande apoio ao governo; que Dilma é a candidata da confiança d e Lula e ao mesmo tempo foi a pessoa chave na condução para os êxitos do governo; e se soubermos reunir todas as forças políticas e sociais possíveis de serem unificadas (é preciso conquistar a ampla maioria da nação), com a formação de comitês amplos e representativos de campanha – podemos mais ainda estender a votação de Dilma e garantir a vitória no 2º turno.
Os temas como desenvolvimento, distribuição de renda, sustentabilidade, infra-estrutura, emprego e renda, alimentos e energia, universalidade de uma educação e saúde de qualidade, soberania nacional e integração continental devem merecer destaque central.
Será preciso também falar diretamente aos votantes de Marina (buscar pelo menos a neutralidade de Marina, sem transformar isso na questão central da campanha), procurando mobilizar lideranças respeitadas em todo país nos vários terrenos, dando atenção as lideranças culturais e artísticas, intelectuais, femini stas, religiosas, esportivas, etc.
Nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, sobretudo, merece concentração de esforços, formando comitês representativos das lideranças mais destacas de todos os Partidos e dos vários setores sociais. Estes são grandes colégios eleitorais onde a oposição venceu. Tudo fará para estender sua influência, nos quais temos o trabalho de sustentar e ampliar a votação de Dilma.
Ao nosso Partido cabe mobilizar todas as suas lideranças mais representativas, toda militância, aderentes e amigos para assumirem com as forças da coligação a defesa da candidatura Dilma, o Programa de governo, e a iniciativa de múltiplas atividades mobilizadoras e criativas de campanha.
Nas eleições do segundo turno para governadores nos nove Estados, somente em dois estão candidatos que não apoiamos no primeiro turno: Amapá e Roraima. Estamos discutindo com as direções desses Estados visando à construçà £o de um caminho que viemos a adotar, considerando os critérios do nosso campo político neste pleito e os objetivos de crescimento do Partido no Estado.
O resultado eleitoral do PCdoB.
Alcançamos um resultado positivo nestas eleições, nas atuais condições políticas e em função do desfecho eleitoral.
Se considerarmos a referência política desde 2002 e 2004, quando iniciamos a linha de acumulação eleitoral – múltiplas candidaturas, chapas próprias e candidaturas majoritárias – temos alcançado uma resultante de crescimento gradativo e constante do PARTIDO. Demonstrando um processo ascendente de acumulação progressiva em termos de bancadas, votos e multiplicidade de lideranças.
1 - Para a Câmara Federal em relação a 2006, a votação do PCdoB cresceu em 40,83%, somando 2.791.000 de votos, ficando com 2,85% do total de votos. O Partido passou de 13 para 15 deputados federais. Na esquerda, quem mantém crescimento constante maior é o PSB (elegeu 22 em 2002, 27 em 2006 e agora 34). PT deu um salto em 2002 para 91 deputados (na vitória de Lula), depois veio o percalço de 2006 – ficou com 83 deputados -- e apresentou um crescimento moderado agora, com 88 deputados. O PDT fez 21 em 2002, 24 em 2006 e 28 em 2010). PR e PSC apresentaram especificidades próprias pois haviam crescido no meio do mandato. PTB e PP diminuem. Toda oposição declinou acentuadamente.
2 – Para o Senado, desde 2002, partimos do zero para dois senadores atuais. A votação do PCdoB hoje dobrou para 12.335.675, ou seja, 7,38% do total, índice que em 2002 fora de 4%. É preciso destacar que aqui há um curso cumulativo importante que começamos a fazer desde 2006, quando já fomos o 5º Partido mais votado para o Senado, e agora, em 2010, nos transformamos no 4º Partido mais votado para o Senado com 12 milhões 561 mil e 716 votos, atrás apenas do PT, PMDB e PSDB. Isso demonstra a dimensão do sur gimento de novas lideranças em grandes colégios eleitorais.
3 – Para as Assembléias Estaduais conseguimos acelerar o nosso crescimento, com a apresentação de chapas próprias na maioria dos Estados. Em 2006, ano em que já iniciamos o incremento nas eleições para as Assembléias Estaduais, o PCdoB atingiu 1.469.000, ou 1,57% do total, na 18º posição. Agora, em 2010, fizemos 2.370.000, ou 2,43% do total, chegando à 13º posição. Crescemos de 12 para 18 representantes nas Assembléias Estaduais. Alguns candidatos ainda estão com pendências jurídicas, o que pode alterar estes números.
4 – O PCdoB começou com brilhantismo -- com a candidatura de Flávio Dino ao governo do Maranhão -- seu primeiro embate nesse patamar político. Por apenas 0,04% esta candidatura não foi ao segundo turno. E numa campanha tão desigual, em que contou com a ajuda quase exclusiva do PCdoB, exprime um resultado excepcional. Sublinha-se aí uma importante v itória política. A liderança de Flávio Dino se destaca como a mais importante alternativa política de renovação e mudança para o Maranhão. Pode ter papel central nos futuros embates políticos nesse Estado.
A guisa de conclusão podemos dizer que este conjunto de dados resultantes indica um crescimento gradativo e constante do PCdoB nas eleições gerais. Nas eleições municipais de 2008, já tínhamos alcançado resultados ascendentes. Essa trajetória eleitoral recente demonstra que estamos aplicando com êxito a orientação de acumulação eleitoral traçada, ampliando a influência política do Partido. Para aqueles que pensam ser este, ainda, um crescimento partidário moderado, que poderíamos ter um crescimento acelerado e em saltos, podemos argumentar: é importante ter em conta que no atual contexto da luta de classes no mundo e no país, e com o sistema eleitoral vigente no Brasil não há ainda condições para esse nível de crescimento do Partido Comunista. Ou seja, na atual quadra do curso revolucionário no mundo, não vivemos uma etapa de ofensiva revolucionária; no atual nível da correlação de forças políticas no Brasil, o processo democrático e progressista em curso, não se apresenta ainda a liderança de uma corrente revolucionária e pesa muito o poder de forças conservadoras e neoliberais; o sistema eleitoral é desigual, marcado pela influência do poder econômico dominante e a ação das chamadas máquinas eleitorais. Em tais condições é muito difícil um crescimento acentuado e multiplicador de uma força revolucionária, comunista.
Enfim, é preciso agradecer aos nossos eleitores a confiança em depositada no PCdoB, aos aliados e amigos e homenagear nossa militância, nossos dirigentes partidários e nossos candidatos. Alcançamos o êxito de manter proporcionalmente a maior bancada feminina entre as legendas na Câmara dos Deputados. Manuela D’Ávila, jovem e mulher, é reeleita para a Câmara dos Deputados com a maior votação para este parlamento da historia do Grande do Sul. Vanessa Grazziotin é a primeira senadora eleita do Estado do Amazonas, e a primeira comunista senadora na historia do PC no Brasil. Elegemos Luciana Santos, vice-presidente nacional do Partido, que conquista seu primeiro mandato federal por Pernambuco. Destacamos também a eleição de Assis Melo, para a Câmara dos Deputados em Brasília, operário, líder do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias. Nossa homenagem a Aldo Rebelo, reeleito pela sexta vez consecutiva, é uma das mais respeitadas lideranças do Congresso Nacional. Destacamos ainda o resultado do PCdoB na Bahia, maior colégio eleitoral do nordeste, onde conquistou três cadeiras federais e três mandatos estaduais. Além de outros feitos, como no Ceará e São Paulo, onde elegemos dois federais e outros estaduais.
Parabéns camaradas! Parabéns especiais aos nossos candidatos eleitos!
Professor Augusto Filho
Já estamos no curso do embate político do segundo turno das eleições de 2010 para a presidência da República, e para o governo de nove Estados. No que se refere às eleições presidenciais, poder-se-ia perguntar por que a eleição que até quase o final de setembro poderia ser definida no primeiro turno, acabou tendo seu desfecho adiado para o segundo turno?
Antes de tudo é preciso dizer que Dilma venceu o primeiro turno com quase 47% dos votos válidos. A nossa alian ça chegou perto de 70% das cadeiras da Câmara dos Deputados e mais de 70% no Senado Federal. Alcançamos uma mudança qualitativa na correlação de forças no Congresso Nacional abrindo a possibilidade de aprovar mudanças constitucionais pela base governamental.
Neste primeiro turno, nossa candidata sai em primeiro lugar porque a marcha da campanha é definida pelo forte apoio de Luiz Inácio Lula da Silva a Dilma Rousseff, a defesa da gestão vitoriosa comparando-a com a de FHC e a apresentação de Dilma como a 2ª pessoa mais importante do Governo. A candidata projetou a continuidade e o avanço do seu governo. Estes fatores essenciais progressivamente (apesar da torcida contra da grande mídia – de que ¨não haveria transferência de voto”) foram fortalecendo a candidata Dilma. O seu crescimento se destacou com o inicio do período do programa de TV e rádio.
Uma segunda fase da campanha de desenrola diante do forte crescimento da candidatu ra Dilma. Surpresa, a oposição e seu imenso braço midiático perderam o rumo – Serra ¨lulista¨ se desorienta sem saber se morde ou assopra. Desesperado em face da queda da candidatura de Serra, esse sistema oposicionista adota a tática do vale-tudo. Inicia uma verdadeira “guerra política” suja e rasteira, por meio de campanhas sórdidas de calúnias e mentiras.
Esta fase de ataques à Dilma e ao governo Lula no acompanhamento das pesquisas internas demonstrou: estancamento do crescimento da candidatura de Dilma pela exploração do episódio do sigilo fiscal (filha do candidato José Serra); perdas de pontos no auge da demissão de Erenice Guerra e, no final da campanha, com a exploração demagógica e obscurantista da temática do aborto e da manipulação da questão religiosa -- assuntos caros ao nosso povo -- através de ampla campanha, inclusive na internet.
O comando da campanha de Dilma subestimou essas investidas rasteiras. O progr ama de TV da campanha Dilma adotou posição olímpica, no final da campanha, ficou de fora do curso político-eleitoral. A campanha ficou sem nitidez programática. O programa de governo não foi sequer divulgado. Despolitizada a campanha, os grandes temas do projeto de desenvolvimento nacional ficaram de fora, facilitando mais ainda o ataque calunioso à candidatura Dilma. O comando da campanha fixo em Serra, não percebeu que a nossa perda de pontos reforçava o ascenso de Marina, que passou a ser o escoadouro da migração dos votos perdidos por Dilma, permitindo o segundo turno.
As tarefas e os desafios do embate político-eleitoral do segundo turno
É uma luta que continua sob novas condições. A polarização é mais nítida e requer um grande esforço de discutir e comparar programas, prioridades e planos, fechando o caminho para diversão temática e as investidas moralistas e caluniosas contra a candidatura Dilma. Radicalizar sim, na defesa p rogramática. Programa de governo que expresse a posição da coligação que sustenta a candidatura Dilma, e não o programa de um só Partido (PT), como a mídia quer acentuar.
É preciso trabalhar com um Manifesto imediato da coligação que responda a necessidade de comparar programas e as práticas dos governos de FHC e de Lula; responda com altivez a sórdida investida caluniosa e moralista da oposição; mobilize nossas forças para a luta.
Dilma é a candidata favorita, venceu amplamente o 1º turno, como aconteceu com Lula em 2006. A oposição quer fazer crer que saímos derrotados e eles vitoriosos. Como também em 2006.
Mas se nós reafirmarmos e avançarmos no programa concreto que vem sendo aplicado, que levou o Brasil a ocupar seu lugar de Nação respeitada no contexto mundial, e permitiu elevar a qualidade de vida e cidadania do povo, levando o povo a depositar grande apoio ao governo; que Dilma é a candidata da confiança d e Lula e ao mesmo tempo foi a pessoa chave na condução para os êxitos do governo; e se soubermos reunir todas as forças políticas e sociais possíveis de serem unificadas (é preciso conquistar a ampla maioria da nação), com a formação de comitês amplos e representativos de campanha – podemos mais ainda estender a votação de Dilma e garantir a vitória no 2º turno.
Os temas como desenvolvimento, distribuição de renda, sustentabilidade, infra-estrutura, emprego e renda, alimentos e energia, universalidade de uma educação e saúde de qualidade, soberania nacional e integração continental devem merecer destaque central.
Será preciso também falar diretamente aos votantes de Marina (buscar pelo menos a neutralidade de Marina, sem transformar isso na questão central da campanha), procurando mobilizar lideranças respeitadas em todo país nos vários terrenos, dando atenção as lideranças culturais e artísticas, intelectuais, femini stas, religiosas, esportivas, etc.
Nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, sobretudo, merece concentração de esforços, formando comitês representativos das lideranças mais destacas de todos os Partidos e dos vários setores sociais. Estes são grandes colégios eleitorais onde a oposição venceu. Tudo fará para estender sua influência, nos quais temos o trabalho de sustentar e ampliar a votação de Dilma.
Ao nosso Partido cabe mobilizar todas as suas lideranças mais representativas, toda militância, aderentes e amigos para assumirem com as forças da coligação a defesa da candidatura Dilma, o Programa de governo, e a iniciativa de múltiplas atividades mobilizadoras e criativas de campanha.
Nas eleições do segundo turno para governadores nos nove Estados, somente em dois estão candidatos que não apoiamos no primeiro turno: Amapá e Roraima. Estamos discutindo com as direções desses Estados visando à construçà £o de um caminho que viemos a adotar, considerando os critérios do nosso campo político neste pleito e os objetivos de crescimento do Partido no Estado.
O resultado eleitoral do PCdoB.
Alcançamos um resultado positivo nestas eleições, nas atuais condições políticas e em função do desfecho eleitoral.
Se considerarmos a referência política desde 2002 e 2004, quando iniciamos a linha de acumulação eleitoral – múltiplas candidaturas, chapas próprias e candidaturas majoritárias – temos alcançado uma resultante de crescimento gradativo e constante do PARTIDO. Demonstrando um processo ascendente de acumulação progressiva em termos de bancadas, votos e multiplicidade de lideranças.
1 - Para a Câmara Federal em relação a 2006, a votação do PCdoB cresceu em 40,83%, somando 2.791.000 de votos, ficando com 2,85% do total de votos. O Partido passou de 13 para 15 deputados federais. Na esquerda, quem mantém crescimento constante maior é o PSB (elegeu 22 em 2002, 27 em 2006 e agora 34). PT deu um salto em 2002 para 91 deputados (na vitória de Lula), depois veio o percalço de 2006 – ficou com 83 deputados -- e apresentou um crescimento moderado agora, com 88 deputados. O PDT fez 21 em 2002, 24 em 2006 e 28 em 2010). PR e PSC apresentaram especificidades próprias pois haviam crescido no meio do mandato. PTB e PP diminuem. Toda oposição declinou acentuadamente.
2 – Para o Senado, desde 2002, partimos do zero para dois senadores atuais. A votação do PCdoB hoje dobrou para 12.335.675, ou seja, 7,38% do total, índice que em 2002 fora de 4%. É preciso destacar que aqui há um curso cumulativo importante que começamos a fazer desde 2006, quando já fomos o 5º Partido mais votado para o Senado, e agora, em 2010, nos transformamos no 4º Partido mais votado para o Senado com 12 milhões 561 mil e 716 votos, atrás apenas do PT, PMDB e PSDB. Isso demonstra a dimensão do sur gimento de novas lideranças em grandes colégios eleitorais.
3 – Para as Assembléias Estaduais conseguimos acelerar o nosso crescimento, com a apresentação de chapas próprias na maioria dos Estados. Em 2006, ano em que já iniciamos o incremento nas eleições para as Assembléias Estaduais, o PCdoB atingiu 1.469.000, ou 1,57% do total, na 18º posição. Agora, em 2010, fizemos 2.370.000, ou 2,43% do total, chegando à 13º posição. Crescemos de 12 para 18 representantes nas Assembléias Estaduais. Alguns candidatos ainda estão com pendências jurídicas, o que pode alterar estes números.
4 – O PCdoB começou com brilhantismo -- com a candidatura de Flávio Dino ao governo do Maranhão -- seu primeiro embate nesse patamar político. Por apenas 0,04% esta candidatura não foi ao segundo turno. E numa campanha tão desigual, em que contou com a ajuda quase exclusiva do PCdoB, exprime um resultado excepcional. Sublinha-se aí uma importante v itória política. A liderança de Flávio Dino se destaca como a mais importante alternativa política de renovação e mudança para o Maranhão. Pode ter papel central nos futuros embates políticos nesse Estado.
A guisa de conclusão podemos dizer que este conjunto de dados resultantes indica um crescimento gradativo e constante do PCdoB nas eleições gerais. Nas eleições municipais de 2008, já tínhamos alcançado resultados ascendentes. Essa trajetória eleitoral recente demonstra que estamos aplicando com êxito a orientação de acumulação eleitoral traçada, ampliando a influência política do Partido. Para aqueles que pensam ser este, ainda, um crescimento partidário moderado, que poderíamos ter um crescimento acelerado e em saltos, podemos argumentar: é importante ter em conta que no atual contexto da luta de classes no mundo e no país, e com o sistema eleitoral vigente no Brasil não há ainda condições para esse nível de crescimento do Partido Comunista. Ou seja, na atual quadra do curso revolucionário no mundo, não vivemos uma etapa de ofensiva revolucionária; no atual nível da correlação de forças políticas no Brasil, o processo democrático e progressista em curso, não se apresenta ainda a liderança de uma corrente revolucionária e pesa muito o poder de forças conservadoras e neoliberais; o sistema eleitoral é desigual, marcado pela influência do poder econômico dominante e a ação das chamadas máquinas eleitorais. Em tais condições é muito difícil um crescimento acentuado e multiplicador de uma força revolucionária, comunista.
Enfim, é preciso agradecer aos nossos eleitores a confiança em depositada no PCdoB, aos aliados e amigos e homenagear nossa militância, nossos dirigentes partidários e nossos candidatos. Alcançamos o êxito de manter proporcionalmente a maior bancada feminina entre as legendas na Câmara dos Deputados. Manuela D’Ávila, jovem e mulher, é reeleita para a Câmara dos Deputados com a maior votação para este parlamento da historia do Grande do Sul. Vanessa Grazziotin é a primeira senadora eleita do Estado do Amazonas, e a primeira comunista senadora na historia do PC no Brasil. Elegemos Luciana Santos, vice-presidente nacional do Partido, que conquista seu primeiro mandato federal por Pernambuco. Destacamos também a eleição de Assis Melo, para a Câmara dos Deputados em Brasília, operário, líder do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias. Nossa homenagem a Aldo Rebelo, reeleito pela sexta vez consecutiva, é uma das mais respeitadas lideranças do Congresso Nacional. Destacamos ainda o resultado do PCdoB na Bahia, maior colégio eleitoral do nordeste, onde conquistou três cadeiras federais e três mandatos estaduais. Além de outros feitos, como no Ceará e São Paulo, onde elegemos dois federais e outros estaduais.
Parabéns camaradas! Parabéns especiais aos nossos candidatos eleitos!
Professor Augusto Filho
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