terça-feira, 5 de outubro de 2010

ABORTO: O NÓ DA QUESTÃO...


Se mulher fosse e se engravidasse não faria aborto, teria o filho normalmente. Se casado ou vivesse com uma mulher que engravidasse de um filho meu, essa mulher teria que ter a liberdade de escolher entre ter ou não ter esse filho... Em resumo: sou contra o aborto, mas a favor de que a mulher tenha a liberdade de ter ou não ter esse filho, ou seja, sou a favor de que não seja a prática do aborto criminalizada como é hoje no Brasil.  
A discussão que está na ordem do dia por conta de ter sido considerado o que provocou a decisão da eleição presidencial para o segundo turno, infelizmente acontece na pior hora para se discutir uma questão de saúde pública que merecia que não fosse discutida no meio de uma eleição que está polarizando as posições de todos os brasileiros.
Por  que isso?
Porque no meio disso está uma questão de saúde pública. Não sei bem das estatísticas de mulheres que morrem ou padecem de seqüelas após terem abortados, mas o número é alto. Isso não pode ser ignorado nessa discussão.
A visão dos religiosos está comprometida pela idéia de que num estado não laico como é o nosso, a legislação não pode ser feita a partir de princípios religiosos. A maioria dos países não laicos tem uma legislação que não criminaliza a prática do aborto. O Brasil é um dos poucos países ocidentais que criminaliza o aborto.
O problema de saúde pública de que falam os que defendem a descriminalização do aborto é exatamente porque como o aborto é ilegal, faz-se o aborto em clínicas clandestinas onde nem sempre as condições em que se pratica a operação são dentro dos padrões observados quando se pratica o aborto de forma legal em condições técnicas adequadas.
A questão é complexa e é difícil assumir uma posição pública sabendo-se dos desdobramentos político-eleitoreiros disso, mas tem-se que ter a honestidade de não ver a coisa dissociada de outras envolvidas no ato de escolher um candidato a presidente da república para se dar um voto...
Um candidato que seja contra o aborto pode ser a favor de coisas piores do que se matar um feto...  Tem que se estar atento porque outras coisas estão em jogo, num momento em que se pode escamotear e fingir que se é um anjo mal disfarçado de coisa ruim...
Aborto é um tema político, de saúde pública, moral e religioso... Ver a questão por um prisma isolado dos outros pode ter conseqüências trágicas...


3 comentários:

  1. Seu Zan, não entendi patavinas sobre a conclusão que mete países adiantados ona Europa. Só sei que se for pra mentir que se é contra pois que a Dilma minta. Façamos tudo pra não deixar estes safados castigar novamente os mais pobres, o desemprego, a falta de pespectiva, eu não gosto nem de lembrá que isso sim dá medo O aborto eles vão ver outra hora. Isso já vem de tanto tempo e só agora o Brasil corre o perigo de voltar pra era do FHC por causa de briga religiosa?

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  2. A questão não é mentir ou não mentir sobre se é contra ou a favor do aborto. A questão é deixar que a sociedade resolva através de um plebiscito, como aconteceu com outros países, inclusive a católica Itália, se é contra ou a favor do aborto. A direita tenta instrumentalizar os religiosos, não só evangélicos, mas católicos e espíritas, por exemplo, tentando por conta disso aumentar a rejeição a Dilma nesse seguimento da população Esse seguimento é muito fácil de ser manipulado porque acredita que frequentando uma igreja tem a alma salva e isso pode trazer prosperidade material cá na terra... Eu prefiro continuar acreditando no comunismo e em Papai Noel, principalmente porque as criançinhas aqui da cidade, quando me vêem passar na rua me chamam de Papai Noel... rs rs rs

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  3. Sou contra o aborto, exceto em caso de estupro comprovado, risco à mãe ou ma formação do feto. Acho que nestes casos o aborto e aceitável. Como aceitar a legalização de aborto se hj temos MIL maneiras contraceptivas acessiveis a todos?
    Acho que o ais sensato seria incentivar um maior esclarecomento sobre o assunto onde todos pudessemos estar a par dos contraceptivos e das causas de uma gravidez indesejada. Se liberarmos o aborto vai virar brincadeira entre nossa juventude, onde iamos colocar o prazer sem cuidados e sem responsabilidade acima de muitas coisas como a sensatez, equilibrio e com facilidade ainda maior de proliferar doenças etc. Minha modesta opinião.


    Carlos Filho
    Campo Maior_Piaui

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