Conheci Carlos Augusto e fiquei amigo dele no ano de 1958, por aí. Era mais velho que eu dois anos. Baixinho e gordinho, se enturmava mais com a garotada mais jovem, como eu. Tinha um time de futebol chamado River e eu jogava no "segundo quadro", uma espécie de aspirante ou juniores. O time de cima era de adolescentes na faixa de 15 pra 18. Carlos Augusto, que a gente chamava carinhosamente de "Moinho", exatamente por ser um moinho de gente, nessa época trabalhava como radiotelegrafista no Bec, profissão que aprendeu com seu pai, Domingos Bezerra, também funcionário do Bec. Como trabalhava, tinha dinheiro e gostava de beber e fumar. Quando saí daqui a primeira vez, em 1960, escapei de não me iniciar nessas artes transgressivas para garotos daquela idade. Lider nato, sabia falar e se expressar como um adulto. Quando eu voltei pro Piauí em 62, ele já morava em Teresina, ainda trabalhava no Bec, e anos depois começou a trabalhar como radialista e jornalista. Entrou para a política e foi vereador de Teresina e deputado estadual. A última vez que estive com ele foi na reinauguração da Câmara de Vereadores de Campo Maior, em 15 de novembro do ano passado. Praticava um jornalismo polêmico e tinha uma memória fantástica. No nosso último encontro me tratou por Pinuca, mas eu não consegui lhe chamar de Moinho...
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