quarta-feira, 18 de agosto de 2010
A ENTREVISTA DO PROFESSOR RIBINHA
Abaixo a prometida entrevista do vereador Professor Ribinha, do PT de Campo Maior.
ZAN – Professor Ribinha, o senhor apresentou o ano passado um projeto de lei que visava dar maior transparência nas contas públicas da Prefeitura Municipal de Campo Maior. Qual a essência do seu projeto de lei?
PROF. RIBINHA – Olha, Zan, é uma exigência dos nossos tempos, a transparência em tudo o que diga respeito à coisa pública. O cidadão que paga imposto, ele quer saber o que é feito com o dinheiro do imposto que ele pagou. Quando propusemos a discussão do projeto de lei dando maior transparência nas contas da Prefeitura de Campo Maior, tivemos o objetivo de dotar a prefeitura de um controle maior por parte do cidadão, das contas públicas, não só do dinheiro que entra, mas principalmente do dinheiro que sai...
ZAN – Vereador, o seu projeto não foi aprovado na Câmara, porque só teve três votos a favor e toda a bancada do Prefeito votando contra. Como é que o senhor viu isso?
Vereador Ribinha – Com muita preocupação, Zan, porque um projeto dessa natureza precisa ser analisado do ponto de vista dos interesses da população. O vereador tem hora que ele tem que se conscientizar que ele é realmente um representante do povo e no seu nome tem que se manifestar, independente dos interesses políticos do prefeito, acho que o vereador, independente de ele ser da situação ou da oposição, há necessidade de ele agir com autonomia. Fizemos o projeto com todo o cuidado e bem fundamentado, observando todos os procedimentos de seu trâmite e quando foi pedido por um vereador da situação, vistas no processo, percebi a intenção propositalmente postergatória, com o fim de retardar a discussão do projeto. Quando o projeto foi posto em votação, os seis vereadores da bancada do prefeito votaram contra a aprovação dele...
Zan – O senhor acha então que os vereadores foram orientados para votarem contra o projeto?
Vereador Ribinha – Acredito que sim, acho até que a dificuldade de alguns vereadores na hora da votação, foi exatamente porque alguns perceberam a importância para a população da aprovação do projeto, mas como havia uma recomendação do prefeito para o voto de sua bancada ser contra a aprovação, esses vereadores preferiram votar contra para atender os interesses do prefeito...
Zan – Quando o seu projeto foi colocado em discussão o vereador Bibi ainda era da oposição e quando foi votado o projeto o vereador tinha se tornado aliado do prefeito, mas mesmo assim ele garantiu a promessa de votar a favor da aprovação do projeto... Se o voto dele tivesse se tornado decisivo para aprovação do projeto, o senhor acha que ele teria votado a favor de sua aprovação?
Professor Ribinha – Quando apresentamos o projeto, o vereador Bibi ainda era da oposição ao prefeito, ele inclusive fez a defesa do projeto da tribuna da Câmara, enfatizando a importância da transparência nas contas públicas... Não me atrevo a dizer se ele votaria contra ou a favor se a perspectiva de aprovação fosse outra ou seja, os seis vereadores que votaram contra já garantiam a não aprovação do projeto...
ZAN – O portal Transparência Brasil, que é um portal que divulga a movimentação de todos os recursos públicos que são movimentados pela União, estados e município, dizendo quanto de dinheiro público foi repassado da União para o município de Campo Maior, algo em torno de mais de 15 milhões de reais só este ano, esse montante que foi repassado só este ano, na sua opinião, justifica o fato de a prefeitura não estar conseguindo pagar as contas de luz de seus prédios e atrasar o salários de professores? O senhor tem idéia de pra onde está indo esse dinheiro?
Professor Ribinha – Olha, Zan, essa é uma pergunta meio escabrosa, mas eu acredito que se houvesse transparência nas contas da prefeitura, a gente saberia porque esse tipo de situação acontece; é o cúmulo do absurdo se ver funcionários da prefeitura com computadores nas costas, para poder atender à burocracia do dia a dia, é inconcebível um gestor público deixar faltar energia em sua própria casa, nos prédios da prefeitura... Já pensou se for cortado o atendimento de energia para o SAAE, o caos que isso representaria para a cidade, sem o fornecimento de água nas residências... A má utilização desses recurso provocam atrasos no pagamento de servidores, falta de cumprimento de compromissos como contas de luz, falta de merenda escolar nas escolas, falta de saneamento nas regiões de periferia da cidade, tem também o problema do lixão, que polui a cidade com o fogo que tocam lá, agredindo o meio ambiente e piorando a qualidade do ar dos habitantes que moram próximos a ele... Havendo transparência nas contas da prefeitura, seria bom até para o prefeito, se fosse o caso, justificar de forma clara, porque não tem dinheiro para honrar os compromissos... Não havendo essa transparência , fica no ar essa dúvida, o que é feito com os 15 milhões que a prefeitura recebeu da União este ano?
ZAN – Segundo o relatório da Transparência Brasil, somente do Fundeb, repasse para aplicação na educação, foram transferidos mais de 3 milhões, como o senhor explica o fato de o salários dos professores estar atrasado e faltar dinheiro para merenda escolar, transporte de alunos para estudarem em Teresina?
Professor Ribinha – É difícil explicar como um recursos com destinação específica para a educação não atenda às necessidades da população, que não vê o cumprimento do piso salarial dos professores, por lei federal, que não vê a merenda escolar atendendo a alunos que às vezes só tem nela a única refeição do dia...
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A pessoa que me deu a última versão, da parte da prefeitura, sobre o problema do apagão e do salário dos professores, me disse que tanto um como o outro já foram solucionados...
ResponderExcluirDECÁLOGO DO "BOM POLÍTICO"
ResponderExcluir01 – Em hipótese alguma existe o mau político. Na verdade, o que existe mesmo, é intriga da oposição.
02 – Um bom político nunca erra. Os erros quando acontecem, são exclusivamente por culpa de sua assessoria.
03 – Todo político, independente de sua religião, é um devoto nato de São Francisco de Assis: ...”É dando que se recebe...”
04 – Um bom político nunca e jamais exige propina acima dos 20%, sob pena de estar contrariando o seu próprio código de ética.
05 – Um bom político não desperdiça seu tempo com conversa fiada: parlamenta!
06 – Um bom político é aquele que domina bem a arte de falar muito sem dizer absolutamente nada.
07 – Um bom político sempre fala na terceira pessoa do plural devido à representatividade de seus múltiplos interesses pessoais.
08 - Um bom político que se preza tem que ter, obrigatoriamente, pelo menos um bom puxa-saco. Se não o tiver, deixa de ser um bom político.
09 – Contrariando o que foi dito anteriormente, um bom político nunca tem puxa-saco. Têm colaboradores fiéis.
10 – Um bom político jamais comete crime de assédio sexual. Ele faz contatos com suas bases...
Zacarias Martins
Publicado no Recanto das Letras em 11/09/2005