domingo, 8 de agosto de 2010

CAMPO MAIOR, CAMPO MAIOR...



Amigos me provocam para escrever algo sobre o aniversário da cidade... Eu fico pensando no que falar e com medo de dizer algo que desagrade os mais sensíveis, mas enfim, vamos lá...
Se eu chegasse aos meus duzentos e quarenta e oito anos de idade, com a cara que a cidade tem hoje, eu diria, com que cara eu chegarei aos quinhentos anos...? Digamos que eu pudesse me imaginar vivendo duzentos e quarenta e oito anos ou quinhentos anos, sem que pra isso tenha que  me tornar imortal da ACALE... Nada pessoal contra a ACALE ou contra a possibilidade de chegar aos quinhentos anos, pelo contrário... Na verdade, eu acho que enquanto se puder guardar a memória de uma cidade ou de alguém, essa pessoa ou lugar se imortalizará de forma definitiva... Ando ali pelas ruas do centro e sempre alguma coisa me lembra algo ou alguém, um acontecimento banal que seja, que me traz à memória um fato vivido, um sofrimento sofrido, uma paixão vivida ou reprimida... Melancólicos como eu são dados a olhar prum muro ou um pedaço de chão de uma praça, uma calçada e esse olhar desencadeia lembranças como num filme... Não sou propriamente dado a me martirizar com lembranças que me fazem sofrer... o cotidiano às vezes já me exige uma ginástica monstruosa para encará-lo da maneira mais leve e suave, sem grandes padecimentos... O passado, se nos faz sofrer, ou se deve esquecer ou refazê-lo tentando entender o por que do que aconteceu... É o meu jeito pessoal de lidar com o passado e o sofrimento: provavelmente cada um de nós tem um jeito pessoal de fazer isso... Aqui neste blog e mais especialmente no blog do meu amigo e irmão João de Deus Neto, o Bitorocara, postamos textos e fotos que nos puxam pela memória de um passado que vivemos... uma brincadeira numa festa, uma bebedeira na beira do açude ou na barragem, um fora daquela garota que dava bola e na hora agá escondia a bola, uma serenata cantando “Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar, e a cada despedida eu vou sofrer, desesperadamente, eu vou sofrer...e cada verso meu será pra ti dizer que eu sei que vou te amar por toda a minha vida... (...) eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver, a espera de viver ao lado teu, por toda a minha vida...eu sei que vou te amar...”, uma dança de rosto colado, uma patuscada na rua Santo Antonio... eu fico passando por essas ruas, vielas e becos e pensando nos campomaiorenses que estão longe e  que recordam essas coisas de um jeito todo seu... lembranças são coisas intransferíveis... cada um de nós olhando pras águas mansas e poluídas do Açude Grande deve saber porque olhando de ângulos em que a serra é o pano de fundo, sabe porque na verdade, não beber da água que um dia já se bebeu, mas olhar essa maravilha de cenário, é um jeito de imortalizar a cidade que existe dentro de nossa alma...Essa lembrança se perpetuará por mais quinhentos anos...    (Alguém chorou aí como eu tou chorando aqui...?)

4 comentários:

  1. Meu caro amigo Zan,
    Ao ler suas palavras, parei logo no início!
    Fui então até a geladeira, destampei uma, coloquei um cd que tenho aqui do
    Aguinaldo Timoteo, "Os verdes Campos da minha terra, misturado com Corinto Brasil, e retomei a leitura!
    Vi como um filme toda a infância passando em minha mente.
    As casas de meus avós, o Belo Horizonte, rebuçado sobre as pintadas e buraco do Capitão e aquela vista maravilhosa do Carnaúbal; do Zend da época que só havia ele, a casa do seu Antonino, o Changrila(onde funcionou o Denocs) e casa do Ten. Jaime da Paz!
    Agora começou a tocar Ataulfo Alves, penso que você já saiba qual a música? Essa mesmo meu amigo," Meus tempos de criança"!
    Logo depois virá, Naquela mesa, Sergio Bitencourt!
    Vou parar, pois depois desta, entra as do meu amigo Corinto!
    Grande amigo do passado, do presente e espero do futuro!
    Que Santo Antonio abençoe este torrão querido, todos os filhos que deixem aí, os que residem fora daí e aqueles que optaram em ter Campo Maior como terra Mãe!
    Feliz aniversário Campo Maior!
    Terra do céu mais lindo do mundo!

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  2. Esqueci de dizer dos encontos nas churrascarias João da Cruz, D. Lourdes, Radar, Osmar, Manelzinho!
    Estudante, dinerim contado e as vezes duro que nem um côco!
    Muitas das vezes salvos pelos almoços lá na Esperança do Aluisio Portela!
    O riachinho em flores, longazinho na segunda ponte sentido Fortaleza, os torrões no Estrela, buraco da Caçula no pé da serra etc!
    Tempinho bom!
    Saíamos numa tropa imensa com suas bicicletas e claro, as namoradas!
    Abs meu amigo!
    Vou voltar a geladeira!

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  3. Meu amigo Marcelão, tava aqui cochilando sentando em frente ao computador quando me liga o seu Augusto Pereira me convidando para ir almoçar em sua casa... Desci o aparelho e procurei na rodoviária um mototaxi, era meio dia e qualquer coisa e não tinha um mototaxista que não tivesse em casa comemorando com seus filhos... Peguei a avenida Santo Antonio andando pela parca sombra do lado direito de quem vai pra casa do véi e mal andei uns passos encostou uma carona que encurtou meu tempo de viagem. Lá chegando encontrei aquela algazarra toda de mulher, filhos, noras, netos e até bisneta do meu e seu grande amigo, patriarca Augusto Pereira. Eu já tinha almoçado um resto de sopa que sobrou de ontem na geladeira, fui pra confraternizar com o meu velho amigo, mas lá chegando, meu amigo, tinha peixe frito e cozido... Um desinfeliz esfomeado como eu, come até sem estar com fome, meu irmão e não deu outra... ainda compartilhei uma dose de whisky com o querido velho e bom "seu" Augusto... Quem não tem família, cara, vai atrás das outras, a do seu Augusto meio que me adotou aqui e eu não passo uma semana sem ir lá tirar uma prosa com o velho e como toda boa mãe campomaiorense, Da. Luzia me enche de comida da boa num almoço, café com bolo numa janta... Quando eu esqueço de ir lá o cara me liga se queixando, pode? Aí, é agradecer a Deus a piedade que tem pra com seu pobre e desvalido amigo...

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  4. Meu amigo,
    Isso é o que eu jamais deixarei de dizer:
    Esse é o CARA!
    Eu, minino veio do buchão, andando pelo bar do Bona Neto, via sentado, Papai, Osvaldinho, JF Bona e outros ilustres, onde ia lá pra ver se arrancava o da festa mais ligeiro, tendo como resposta aquela velha e conhecida frase:
    "Eu vou te mas vá simbora e não diga onde estou!"
    Hora mais, como se todo mundo já não soubesse!
    Além da pessoa que ele é, veja a vida, uns dos meus melhores amigos são filhos desta criatura de DEUS!
    Pode ter a mais absoluta certeza que tem lugar para mais gente dentro daquele coração de ouro!
    Aquele Homem já deveria ter recebido uma homenagem de Campo Maior, se é que já não recebeu, e se não tão devendo!
    Quando estiver com ele, lhe dê um abraço por mim!
    O Marco me disse que faria isso pelo dia de hoje!
    Grd abs e um ótimo dia dos Pais!

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