sexta-feira, 30 de julho de 2010

“FILHOS? MELHOR NÃO TÊ-LOS, MAS COMO SABÊ-LO SEM TÊ-LOS?”


A frase é do poetinha Vinicius de Morais, que teve alguns filhos... Tive quatro filhos; desses quatro, descobri  recentemente, um deles  é meio poeta e pensador, além de tradutor literário e de legendas de filmes. Trata-se do meu filho mais velho, hoje com trinta anos. Desculpem-me se volta e meia posto alguma coisa aqui falando nesses filhos que moram em Brasília e de quem eu sinto muita saudades. É um jeito de exorcizar esse sentimento que às vezes maltrata. Esse menino, Daniel Martins Alves, tem um blog cujo endereço é www.compartilhas.blogspot.com. Lá tem coisas que me deu até arrepios. Daniel e eu temos uma relação volta e meia marcada por pequenos desentendimentos, que a gente normalmente administra sem grandes traumas. Um irmão mais novo me disse que a minha semelhança de caráter com ele é muito grande, mais talvez do que a física. Talvez seja por isso, a natureza humana é muito complexa, às vezes é difícil entender a verdadeira razão de nossas afeições e desafeições, principalmente com as pessoas mais próximas. Mas os seus textos traem um jeito de ver a vida muito parecido com o meu. Ele tem a mesma queda para tentar refletir e pensar sobre o que vê e vive. Compartilho com vocês alguma coisa que pesquei no blog do garoto...
 UMA VIDA QUE SE IMPORTA
Não sei bem por onde começar. Não sei por que, mas o que antes importava, hoje já não faz tanta falta.
Não é niilismo nem falta de sentido, é apenas um tudo que sobra e já não me preenche.
Uma vida trazida lá de fora, que já não mais me toca. Embora eu insista em estender o braço e pedir sempre mais... e continuar a receber farta esmola.
Não sei se a vida tem regras, mas sei que há leis dentro e fora dela.
Ah, se eu tivesse uma régua grande o bastante para tomar medida das minhas ações...
Sei que tudo parece muito rígido e sólido, mas as consequencias são tão fluidas e insólitas que ás vezes são como as notas de uma canção, se estendendo a longas distâncias e, por onde passam, tem-se a impressão de estarem em toda parte.
Uma vida que vem lá de fora.
Uma vida que se importa lá de fora do sentir.
Uma vida que nem sempre importa

2 comentários:

  1. Oi Pai, é o seu filho Daniel.
    Que bom que leu o meu blog, espero que não tenha se assustado com o texto, mas pode ficar tranquilo que esse desespero é meramente literário, e é apenas uma crítica ao vazio com que se vive hoje em dia. Vazio esse que muitos procuram preencher apenas com coisas: "uma vida trazida lá de fora...".
    E tem outras coisas também no meu blog, não me atrevo a falar da qualidade, porque isso é subjetivo, mas o que posso dizer que há outras coisas também, há coisas alegres, poéticas, sacanas, tristes, etc.
    Obrigado por comentar. A gente se fala pai!

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  2. Ainda bem que vc. entendeu o espírito da idéia... Até o fim do ano a gente se vê aí pessoalmente...

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