quinta-feira, 15 de julho de 2010

DOSSIÊ: A (IN)SEGURANÇA EM CAMPO MAIOR (1)


Começamos hoje a publicar uma série de entrevistas com as principais autoridades locais sobre a questão da segurança pública na cidade. Começamos com a primeira entrevista feita com o Promotor Dr. Nivaldo Ribeiro. Estamos enviando perguntas a juízes, delegados e advogados criminalistas; quando chegarem as respostas, publicaremos as entrevistas

Zan - Doutor Nivaldo, há um clima de insegurança na cidade, por conta dos crimes, principalmente assassinatos, que aconteceram este ano e não foram solucionados pela polícia civil. Na sua opinião, por que isso acontece?
Dr. Nivaldo - Porque a Policia não está fazendo a devida investigação. Os crimes em Campo Maior estão acontecendo à luz do dia e não há solução.
Zan - A polícia através de alguns delegados da cidade, alega que não há condições de aparelhamento das delegacias, faltando viaturas, combustível para abastecer essas viatura, agentes policiais, até balas nos armamentos. O que o Sr. acha disso?
Dr. Nivaldo - Isso é desculpa sem fundamento, os delegados não encaminharam ao Ministério Público ou ao Judiciário que estava sem equipamentos para trabalhar. E porque não pedem auxilio em Teresina para investigar?
Zan - O senhor como Promotor, no Ministério Público, que age como um defensor da sociedade diante do crime praticado contra ela, o senhor se sente também ameaçado por essa onda de violência na cidade?
Dr. Nivaldo - Com essa onda de violência toda a sociedade de Campo Maior se sente ameaçada, inclusive as autoridades. Veja que mataram um em uma repartição pública onde as pessoas deveriam sentir-se seguras.
Zan -No âmbito da Justiça, a ação da Justiça, fazendo a sua parte, julgando os indiciados que chegam a ser levados a ela, é correta, cumpre a sua parte?
Dr. Nivaldo - Que o Ministério Publico e o Judiciário estão cumprindo a suas partes, principalmente na 1ª Vara, que temos mais de quarenta pessoas presas e os processos estão todos atualizados. Nós estamos dando a resposta. Cabe à Polícia descobrir os autores dos crimes e mandar para a Justiça. Se não têm competência devem comunicar ao Judiciário e ao Ministério Público para procurarem outras pessoas para investigar.
Zan - Na cidade, há advogados que atuam na área criminal, vereadores e deputados, que acham que a polícia se omite por pressões externas ao trabalho dela. Até onde o senhor acha que isso de fato acontece na cidade?
Dr. Nivaldo - Todo mundo sabe em Campo Maior que o atual Delegado do 1º Distrito Policial é Assessor do Prefeito da cidade e age em seu interesse.
Zan - Até onde o senhor tem conhecimento, a atuação da polícia na investigações dos assassinatos de pessoas mais conhecidas nas cidade, tem falhas ou é feito de forma ineficiente?
Dr. Nivaldo - A investigação da policia de Campo Maior é ineficiente, havendo, também casos de omissão e prevaricação.
Zan - O que o Ministério Público pode fazer de efetivo no sentido de pedir providências para que melhore a ação da polícia na cidade, além de criticar essa ação?
Dr. Nivaldo - Já solicitei do Secretario de Segurança do Estado do Piauí que mandasse dois delegados de carreira para os Distritos de Campo Maior e com uma equipe de investigação para apurar os crimes que estão sem autoria. Não são só assassinatos, temos crimes de estupro, assalto, furtos, homicídios culposos e outros.
Zan - Crimes menores, como roubos, furtos, ou até estupros mesmo, ou assassinatos de pessoas com ficha criminal, se diz na cidade, a polícia local não se interessa como deveria para seus esclarecimentos; isso existe, a seu modo de ver, na cidade?
Dr. Nivaldo - È verdade, inclusive, em Campo Maior está se formando um grupo de extermínio justamente porque as pessoas não acreditam na Policia e estão querendo fazer justiça como as próprias mãos, o que é lamentável num Estado de Direito em que vivemos.
Zan -O fato de um promotor, de um juiz ou um delegado morar ou não na cidade, isso interfere, a seu modo de ver, na atuação desse agente público no exercício de sua função?
Dr. Nivaldo – Não, porque os Promotores e os Juízes estão sempre de plantão nos finais de semana e quando se precisa deles as providencias são tomadas imediatamente. Não adianta um Delegado morar na cidade e nos finais de semana em vez de investigar vai farrear.

Obs.:as perguntas foram remetidas por e-mail ao dr. Nivaldo Ribeiro no dia 14/07/10 e respondidas no mesmo dia.

2 comentários:

  1. Será que só transferindo delegados daqui prali vai se resolver o problema da insegurança no município?

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  2. Pelo que eu sei, e essa semana devo fazer entrevista com algum delegado local, há um intenção efetiva de mudar a situação da segurança na cidade...com medidas mais efetivas do que substituir um delegado... se vai conseguir é outra história...

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