sábado, 17 de julho de 2010
ESTÓRIA RESUMIDA DE UM EX-GAROTO POBRE QUE SE ILUDIU QUE O DINHEIRO LHE DARIA O PODER DE MANDAR MATAR QUEM QUISESSE ATRAPLHAR SUA CARREIRA DE SUCESSO
Era uma vez um garoto pobre que realizou o sonho da maioria dos garotos pobres deste país, tornou-se goleiro do clube mais popular da terra do futebol, ídolo da torcida, capitão do time... Chegou ao ápice de sua carreira quando o ano passado o seu time foi campeão brasileiro. Tinha pré-contrato com um time italiano e sonhava com a Copa de 2014. Esse o lado conhecido da biografia do goleiro Bruno, que tem um irmão que mora aqui em Campo Maior como eu e a maior parte da torcida do Comercial e que como Bruno também está preso talvez pelo mesmo motivo, afora os crimes que possam ter cometido: acreditaram que por serem quem eram ou tinham podiam fazer ilegalidades do tipo mandar matar ou estuprar alguém. Cabe uma reflexãozinha sobre uma questão paralela? No universo da comunicação brasileira, a televisão se afirma como o único tribunal que realmente funciona (alguém tem dúvida por aí?) Alguém se pergunta se as evidências mostradas são suficientes para condenar os indiciados? Ou o que interessa para os donos da mídia é a audiência que conseguem expondo os “monstros” que trucidaram a pobre moça? Quando não são condenados ou pegam uma pena branda de 30 anos que de acordo com as benesses de códigos penais feitos para estimular a criminalidade, ficam quando muito de cinco a dez anos presos... o povo tem mais uma motivo para se convencer que, sim, o crime compensa ou pelo menos, se se tiver uma conta bancária substanciosa a coisa sai mais barata... mas deixa pra lá, senão daqui a pouco chega uma viatura aí pra me prender por incitação ao crime (só assassinatos sem solução policial na cidade este ano, doze)... Voltemos à história de Bruno:garoto pobre, bom aluno no ensino fundamental, dócil e comportado, que chega à adolescência com dotes futebolísticos que o levam às equipes de base de times grandes de sua terra, chegando até a titular do time principal. Isso em meio a desestruturação familiar, separação dos pais, reencontro com irmãos que não via há muito tempo, relacionamentos com seus companheiros de infância e adolescência. Bruno chegou lá, ganhou muito dinheiro, mas nunca esqueceu os amigos. Esses amigos o ajudavam a organizar festinhas no sítio e o protegiam do assedio de mulheres que o perturbavam. Esse o crime da moça, por isso pagou com a vida. “Macarrão” convocou “Neném”, o provável autor do serviço, com a ajuda do primo menor que poderia assumir a autoria. Não vale repetir os detalhes, mas vale a lição: o garoto de olhar tranqüilo e frio como um goleiro na hora do pênalti, pode esconder o monstro que mandou fazer tudo. Se vai pagar exemplarmente por isso, é outra história tão escabrosa quanto...
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Zan, vc. quer dizer que o cara é vítima da vida e dos azares da vida dele?
ResponderExcluirA midia quer que nos fazer crer que pessoas como Bruno e seus cúmplices do assassinato da moça são monstros sem almas; só para provocar, procurem saber quem é hoje a mulher que foi cognominada pela mídia da época a "Fera da Lapa", que matou uma criança pra se vingar do amante, que era o pai da criança...
ResponderExcluirBruno não seria um talento desperdiçado pela Pátria? Os psicopatas agem a sós. Neste caso não foi bem o que ocorreu. Pergunte-se à ciência. Sim, quase todas as grandes empresas esquecem a manutenção da sociabilidade de seus empregados. De outra parte, muitas pessoas pensam que podem encontrar, mesmo através da sedução e da justiça, um amparo capitalista (pensão alimentícia) das mãos dos bem sucedidos como o Bruno. Mas muitos também acham que não devem aceitar as forças externas - terrenas ou celestes - e na falta de uma ação justa terminam por uma atitude injusta. Complicado, não? É sim, ninguém é favorável a isso, mas todos nós aceitamos conviver com tantos outros brunos e brunas soltos por aí. Ou não? Só a educação resolve, mas ela foge de tudo, da mídia, da raça pública e privada. Sugiro rever a idéia de HORIZONTE PERDIDO, grande pensamento,vivido em Shangri-la. Sim,aí se terá uma grande visão de onde estamos.
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