sábado, 1 de maio de 2010

O LIXO E O TRABALHO (1)



Aparentemente não existe uma relação maior entre o universo do que se joga num saco plástico para ser coletado e ir para o “lixo” e o universo do trabalho. Conhecer os números brasileiros sobre o que se chama de resíduo sólido, que inclui, entre outras coisas, o lixo doméstico, e conhecer as discussões que ocorrem no âmbito de quem se preocupa com coisas como efeito estufa ou mais especificamente, com desastres envolvendo a questão, como o que aconteceu no Morro do Bumba, em Niterói, Rio de Janeiro, quando houve um deslizamento de terra que provocou mortes e danos patrimoniais porque se ignorou essa coisinha desimportante, aparentemente, que é o lixo. Jocosamente, quando queremos dizer que algo não presta, dizemos: isso é um lixo...mas não é bem assim, lixo pode ser, entre outras coisas, trabalho, tudo bem, trabalho não é propriamente o que se pode fazer na vida, mas sem ele não se ganha e não se vive...
Hoje, dia do trabalho, foi o dia marcado para eu me encontrar com algumas pessoas na cidade, que estão querendo criar uma Ong ambiental, onde se discutiria a aprovação de um estatuto e possivelmente eleger uma diretoria para essa Ong. Infelizmente eu não pude me comunicar com essas pessoas para confirmar a reunião, por razões alheias a minha vontade. Como a gente tem esse espaço público para comunicarmos o que não conseguimos por outras vias, vou levar ao conhecimento de todo mundo, informações sobre a situação ambiental na cidade, com o fim de abrir uma discussão sobre a responsabilidade de cada pessoa com relação a isso, incluindo aí o poder público.
Os números que se conhece são um pouco alarmantes: 150.000 mil toneladas de lixo são recolhidos diariamente em todo o Brasil. Desse montante, somente 3% é tratado adequadamente, ou seja, 97% do lixo que é recolhido nas residências fica em aterros a céu aberto, os chamados lixões, atentando contra o meio ambiente na forma de contaminação do lençol freático, ou seja os “rios subterrâneos” que alimentam os reservatórios de recursos hídricos, por exemplo, isso sem falar no dano à camada de ozônio provocado por um gás que é produzido pelo lixo dos lixões, que por sua vez provoca o chamado efeito estufa, que por sua vez provoca alterações climáticas catastróficas na forma de secas ou inundações. Enfim, se a gente for conhecer menos superficialmente o problema, a gente vai se dar conta de que o inocente gesto de jogar alguma coisa num cesto de lixo tem mais implicações para nossa sobrevivência do que a gente imagina. Mas por hoje, pra não estragar um feriado que promete alguma fuga do cotidiano do trabalho, apesar de ser um sábado, vamos ficar por aqui, mas amanhã tem mais...

2 comentários:

  1. a foto que ilustra a postagem foi tirada no lixão a céu aberto onde é jogado o lixo doméstico que é recolhido pela prefeitura na cidade e fica na região entre o conjunto Renascer e o rio Surubim. ali pessoas catam diariamente o que podem para vender latas e garrafas peti e ganhar uns trocadinhos sem se dar conta do risco que correm no contato com o lixo ali depositado...

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  2. Bem lembrado Zan, à questão social o problema ainda é mais grave, os lixões se tornaram um meio de vida para alguns excluídos da população brasileira, muitas dessas famílias ainda tiram seu sustento da coleta do lixo, trabalhando em condições indignas e o mais agravante, totalmente insalubres.



    horáciolima
    sampa

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