A medida que vai se conhecendo a vida do rapaz que matou o cartunista Glauco, se não se tem preconceito contra seitas exóticas ou não se sabe exatamente do que se trata por ignorância mesmo, fica claro que o fato de Cadu beber o daime não teve exatamente a ver com o assassinato que praticou. Claro que fica fácil dizer que ingerir um alucinógeno, seja de forma ritual ou não, pode levar a pessoa a fazer coisas que em seu estado normal não faria. A medicina, a psquiatria, tentam explicar o que pode a mente de uma pessoa sob o efeito de um alucinógeno, fazer ou deixar de fazer. No caso específico, o histórico de vida do assassino já tinha um passado de consumo de drogas como cocaína e álcool, exemplos de drogas pesadas. Geneticamente tinha em sua mãe um caso de esqueizofrenia, que deve ter herdado, em seu DNA . Não era uma pessoa “normal”. Artistas como Glauco são pessoas que correm sério risco quando se envolvem com pessoas com o perfil de vida e de desequilíbrio mental como Cadu. Porque são pessoas que não têm preconceitos com nenhum tipo de gente, principalmente com indivíduos exatamente não normais. A mídia, no afã de criar empatia com o senso comum da maioria dos telespectadores, tenta relacionar o assassinato ao fato do assassino ingerir o daime e fazer parte de uma seita exótica. Esse assassinato provavelmente é o primeiro caso policial grave que acontece no Brasil, envolvendo pessoas que são adeptos e bebem o santo daime. Quem conhece alguma coisa sobre isso sabe o que eu estou dizendo. Ouso dizer:Cadu não era psicótico porque bebia o daime, talvez bebesse o daime porque fosse psicótico...
Fico com os pais, quando dizem que essa droga que tem até padroeira, no caso, a virgem Maria dos católicos, não apertou o gatilho; só acendeu o estopim para a doença do filho explodir da maneira mais trágica. Este caldo alucinógeno, enógeno, seja lá o que for, teve seus dias de glórias no Fantástico. A coisa é tão doida que o cara que aprendeu a fazer a gororoba com os índios, dizia (e eles acreditam) que foi a virgem Maria que o chamou pra uma conversa recomendando que fosse difundido entre os cristãos. Dezoito anos de luta depois, o herdeiro do Xamã fez com que nossos políticos arrumassem uma vaguinha na companhia das cachaças, como uma droga "tolerada". O santo Daime só andava meio esquecido porque a namororo oba oba das celebridades da Globo ha muito acabou; diretores e atores preferiram ficar mesmo com o velho e conhecido "baseado" misturado com instrume de animal, e com o pó da folha de coca misturado com gesso refinado. O crack é vício de "gentalha"; depois, mata muito rápido; não dá nem pra curtir a "lombra" direito. E assim caminha a humanidade do terceiro milênio. No nosso caso, Brasil, teremos dentro de pouco tempo, um país de geriátricos salientes; uma imensa nação povoada de Zans, Nettos, Mundicos e Zés Mirandas... Quem sobreviver, verá.
ResponderExcluirGrande Netto, é preciso um pouco mais de frieza pra não se cair nas arapucas do senso comum e do preconceitos. Se beber o daime fosse responsável pelo assassinato do Glauco, a seita já teria sido exterminada pelos próprios adeptos, que depois de ingerirem a gororoba, voltariam da viagem matando o que estivesse por perto... Não é exatamente o que acontece nas práticas rituais dessas igrejas... Normalmente as pessoas voltam dessas viagens mais calmas e tranquilas do que antes de ingerirem a beberagem...
ResponderExcluirNão, obrigado, vou tomar umas em C. Maior em junho, na volta à Curitiba, mais uma ano de abstinência e por aí vai. Não consigo entender alguém encher a cara de alucinógenos (droga) pra poder chegar a Deus e, pasme, através de santos, no caso, santa, e com uma liturgia que, dizendo os caras, dá uma nova luz ao cristianismo, refazendo sob sua inspiração, toda a leitura do evangelho e blá blá blá... Aí já é demais para um simples e pecador mortal como eu. Burro, não; nem Maria vai com essa gente. Deixa eu cuidar da minha vidinha na base do feijão com arroz. Pra que inventar o que não está Escrito? Também concordo que as pessoas que estão nessa "viajem" não são bandidas e nem sairão por aí matando gente; nem precisa, o crack dá conta disso. Será mais fácil eu virar um ateu militante com um AK 47 nas mãos, do que aceitar uma conciliação das coisas de Deus com qualquer tipo de bebida ou comida vinda do homem e que me tire da realidade. Sou meio abestado nesse ponto. Vou já ali tomar um suquinho de bacuri do restinho que sobrou, vindo de Campo Maior.
ResponderExcluirGrande Netto, fique tranqüilo, meu irmão, o homem se droga desde que nasceu, o problema é a natureza humana também tem o hábito antigo de querer matar o que ele acha que lhe é hostil. Assassinatos e drogas não foram coisas inventadas pela Globo e pela Record, infelizmente... Fatos como esses têm essa repercussão porque a mídia se alimenta deles como vc. se alimenta de suco de bacuri, naturalmente, sem maiores traumas... Fiquemos frios e não nos emocionemos tanto com isso, porque semana que vem tem mais...
ResponderExcluirO que mata é o desamor, respeito todas as caminhadas, mas creio que para encontrar com Deus, não precisamos de atalhos.
ResponderExcluirNuma palestra a que aassisti de um dos líderes nacionais do movimento do santo daime, fiz essa observação. Resposta:"Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes", frase do Wolfgang Goethe.
ResponderExcluirQuem sobreviver, verás Netto. As Seitas estão em todos os lugares, algumas populares, outras isoladas, estão crescendo a cada dia, a fundada por Glauco reunia homens e mulheres de boa vontade um propósito louvável de ajudar a livrar os jovens das drogas, onde o próprio Glauco havia conseguido fazer consigo mesmo segundo afirmava graças ao santo-daime, ao contrário que relata Carlos pai do Cadu que atribui o agravamento do estado psíquico de seu filho ao consumo exagerado do chá que desencadeou um surto psicótico.
ResponderExcluirNormalmente as Seitas possuem outros Deuses ou profetas e acabam colocando Cristo em segundo plano, no geral ensinam o homem a desenvolver sua própria salvação.
Sou católico e conheço amigos que frequentam uma religião que é profundamente diferente das religões tradicionais, sem sacerdotes, sem nenhuma simbologia, sem templos suntuosos, sem bebidas, não tem rituais, é a Religião Espírita, é o culto do sentimento puro, do amor ao semelhante, é a permanência do trabalho próximo e o pensamento equilibrado no bem que liga a Deus somente a prática das boas ações e amor ao próximo, e essa prática me fez lembrar o Irmão Turuka mais precisamente na sua Farmácia do Amor alí na Av. Demerval Lobão, inúmeras pessoas iam ao seu encontro solicitar algum tipo de ajuda e ele calmamente com seu sorriso largo atendia a todos, guardo este gesto do Sr. Turuka com muita gratidão.
HL/SP
Pra mim, boa religião é a que ajuda as pessoas viverem melhor entre si. Usar deus como forma de divisão, violência, preconceito, intolerancia e ódio, não considero nem religiosidade.
ResponderExcluirSem um caminho não chegamos a nehum lugar, não buscar um caminho, ou não querer caminhar é estacionar.
ResponderExcluirHoracio, o Turuka fazia com simplicidade sua caminhada, não precisou de atalhos, escolheu o culto do amor ao próximo para chegar a Deus. A sua vontade despertada pelo que aprendeu com a Doutrina dos Espíritos o levou a fazer esta escolha. Muitos são os caminhos e todos nos conduzem a Deus,e ele quer uma coisa só de nós, que façamos o bem e amemos o próximo.Agora, do que gostei mesmo, foi da expressão:Farmácia do Amor,você conseguiu definir em duas palavras o que eu passei a vida toda tentando definir o que era a Farmácia Popular, muito obrigado pelas palavras carinhosas com que se refere à Doutrina e ao Meu Pai.
ResponderExcluirTodos os caminhos são caminhos.
ResponderExcluirConcordo, mas existem caminhos que não levam a lugar nehum.
ResponderExcluirTodos os caminhos, inclusive os descaminhos levam a um só lugar: Deus. Calma, Simão, um dia, pessoalmente, lhe explico isso melhor...
ResponderExcluirPrezado Simão Pedro, aconteceu que eu conheci um novo amigo. Tenho um filho por nome de Mateus em reverência aos apóstolos que foram escolhidos por Jesus para o seu Ministério.
ResponderExcluirA Farmácia Popular do seu Pai realmente não me lembrava o nome, a do Amor veio do meu imaginário, que somando é igual:Homem do Povo.
Quero compartilhar esta amizade. Nada acontece por acaso, atrás do nosso imaginário estão as intuições divinas.Um abraço.
ResponderExcluirAguardo pacientemente meu caro,vou esperar que nossos caminhos se cruzem para ouvir sua explicação. Enquanto isso vou caminhando...
ResponderExcluir"A gratidão é o único tesouro dos humildes"
ResponderExcluir(w.shakespeare)
"A gratidão é a virtude das almas nobres"
(Esopo)
Agradecer ao meu amigo Zan pelo espaço e a vc Simão Pedro pelo carinho que tem por todos, a vida ela nos reserva muitas surpresas, eu prefiro a do bem.
Abraços.
HL/SP